Título: Lula pede o voto de Mohamed para ONU
Autor: Romoaldo de Souza
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/11/2004, Nacional, p. A-4

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender reformulação no Conselho de Segurança da ONU, quando almoçou na sexta-feira com o rei do Marrocos, Mohamed VI. Lula ressaltou que, nos últimos 60 anos, o mundo passou por profundas transformações, razão pela qual o Brasil defende a ampliação do conselho, que passaria a contar com participação de países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina.

"É justo que nossa voz seja mais ouvida nas decisões que nos afetam diretamente. O Brasil vê, além disso, com bons olhos, a possibilidade de um país africano e um país árabe fazerem parte do conselho como membros permanentes", defendeu o presidente. Atualmente, o conselho é formado por 15 países, sendo que cinco deles - China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia - têm assento permanente e direito a veto. Os demais ocupam assento temporário.

Além do Brasil, Japão, Alemanha, Índia, Indonésia, Egito, África do Sul e Nigéria também apresentaram oficialmente candidatura a um assento permanente. O rei Mohamed VI também defendeu "uma representatividade alargada" do Conselho das Nações Unidas. Brasil e Marrocos negociaram entre janeiro e setembro deste ano perto de meio bilhão de dólares em comércio, desempenho que, segundo Mohamed VI, precisa ser expandido, "tendo em vista eficaz exploração" das potencialidades comerciais dos dois países."Pretendemos concretizar esta vontade, com a conclusão de um acordo comercial preferencial", salientou o rei. O presidente brasileiro se solidarizou com o Marrocos pelo atentado, em Casablanca, em maio de 2003, que matou 45 pessoas.