Título: Tecnologia de ponta e educação vêm juntos
Autor: Luciana Otoni
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/11/2004, Nacional, p. A-5

Entre os principais itens exportados pela Coréia do Sul estão semicondutores de memória, celulares, monitores, telas de cristal líquido, computadores pessoais, receptores de transmissão via satélite, automóveis e navios. A capacidade de vender ao exterior produtos de alta tecnologia é uma conseqüência do investimento simultâneo em pesquisa e educação.

Entre 1980 e 2000, a taxa de investimento anual em pesquisa na Coréia do Sul passou de US$ 480 milhões para US$ 10 bilhões, 2,68% do PIB. No Brasil, luta-se para que os R$ 1,4 bilhão em recursos destinados à pesquisa sejam integralmente utilizados nos projetos de inovação.

Devido à necessidade do País economizar 4,5% do PIB (R$ 75 bilhões) ao ano, parte dos recursos é usado para o pagamento de juros da dívida pública. Dos R$ 1,4 bilhão que originalmente seriam destinados à pesquisa, somente R$ 602 milhões serão utilizados neste ano, sendo R$ 290 milhões em projetos contratados anteriormente.

Numa outra vertente dos pressupostos do desenvolvimento, a obrigatoriedade de seis anos de ensino básico tornou-se uma realidade na Coréia do Sul em 1953. No Brasil, a medida foi adotada com a Constituição de 1988, mas somente em 1998 o governo federal adotou um programa para efetivamente por em prática a meta de matricular toda criança na escola. Posteriormente, foi adotado o programa "Bolsa Escola", que prevê um subsídio para que famílias de baixa renda mantenham seus filhos nas escolas de educação básica.