Título: EUA se esforçam para cumprir normas da organização, diz Bush
Autor: Dow Jones Newswires
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/11/2004, Internacional, p. A-10

O presidente dos Estados Unidos (EUA), George W. Bush, afirmou que seu país se esforça muito para satisfazer a Organização Mundial do Comércio (OMC). "Creio que é importante que todos os países obedeçam às normas da organização, e trabalharei com o Congresso para que essas regras se cumpram." O presidente respondia a uma pergunta sobre a decisão da instituição de permitir que a União Européia (UE) e sete países, entre eles o Brasil, apliquem sanções contra a maior economia do mundo, devido à ilegalidade da chamada Emenda Byrd. O presidente acrescentou que espera que "a OMC trate nossos parceiros comerciais do mesmo modo como nos tratam."

Apesar da afirmação de Bush sobre o esforço dos EUA, o país não eliminou a emenda, como recomendou a OMC. Por isso decidiu-se pelas sanções.

As sanções aprovadas na sexta-feira englobam de amêndoas a casacos para esquiar. Outros alvos em potencial que podem sofrer com tarifas mais altas incluem produtos têxteis, de vidraçaria, jogos portáteis e maçãs.

A lei de 2000 foi considerada ilegal há dois anos pelos membros da OMC. A emenda permite que empresas norte-americanas recebam recursos provenientes de taxas arrecadadas de concorrentes estrangeiras por possível dumping. Em agosto, a arbitragem da OMC aprovou as penalidades de 72% do dinheiro arrecadado com exportação e entregues às empresas. Estima-se que o valor repassado tenha atingido US$ 750 milhões desde 2001. Além da UE e Brasil foram beneficiados Canadá, México, Coréia do Sul, Japão, Índia e Chile.

O painel de solução de controvérsias da OMC programou dar o sinal verde para as sanções na quarta-feira passada, mas os diplomatas norte-americanos mantiveram reuniões de última hora com a UE e países como Canadá e Índia. Washington pediu que documentos entregues à OMC fossem ligeiramente modificados.

"É importante lembrar que essas questões não afetam a capacidade dos Estados Unidos de continuarem a fazer cumprir as nossas leis comerciais, para assegurar aos americanos que lhes está sendo dispensado um tratamento justo", disse Richard Mills, assessor para Mídia do United States Trade Representative (USTR).