Título: Metropolitan agrega valor com serviço
Autor: Ariverson Feltrin
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/11/2004, Transportes & Logísitica, p. A-13

Empresa acrescenta ao transporte de telefones celulares a pré-programação dos aparelhos. Na época, 1969, o termo logística pouco se utilizava e se valorizava, mas, há 35 anos, quando começou, o empresário português Wladimir Álvares de Mello fazia logística porta a porta - embalava a carga, fazia sua remoção e, no destino, tirava o produto da carga e providenciava a arrumação final, do jeito que o cliente queria.

Logística, pois, não é assunto desconhecido da empresa fundada por Wladimir, a Metropolitan, que na virada dos anos 60 começou no ramo de mudanças. Hoje, ainda dedicada ao negócio embrionário, tem sob o teto do Grupo Metropolitan, além do braço de mudanças, a logística, a guarda de documentos e uma trading.

Abastecimento de 10 mil pontos

Com R$ 125 milhões de faturamento previsto para 2004, o negócio do grupo que mais se sobressai é a logística, cuja receita, de R$ 28 milhões, em 2002, dará um grande salto de 79% em 2005 quando a empresa estima faturar R$ 50 milhões, R$ 10 milhões acima do previsto até o fim de 2004.

A importância do braço de logística é medida pela participação da atividade no faturamento do grupo - em 2003, a Metropolitan Logística representou 28,3%, em 2004 será 33% e, no próximo ano, a previsão é que contribua com 38,5% da receita total.

O negócio principal, que representa 60% da receita da Metropolitan Logística, é a indústria das telecomunicações, que experimenta vigorosa taxa de expansão puxada, sobretudo, pela telefonia móvel. A atuação da Metropolitan Logística na área de telefonia celular começou em 1997. Dali em diante acumulou a expedição de 21,5 milhões aparelhos de celulares. Em 2004, especificamente, a logística de a Metropolitan programa expedir 5,5 milhões de aparelhos, o que vai resultar em crescimento de 52,8% sobre volumes do ano anterior, com 3,6 milhões de celulares. De cada quatro celulares vendidos em 2004, um está sendo entregue pela Metropolitan Logística, que alinha em sua carteira de clientes operadoras de telefonia móvel e fabricantes de aparelhos de celular, tais como TIM, Brasil Telecom, Vivo, Siemens, Nokia, Gradiente e Venko.

A empresa abastece mensalmente mais de 10 mil pontos de vendas de celulares com a entrega de 500 mil aparelhos. Mas, não faz apenas a distribuição física. "Expandimos a operação agregando serviços", diz Cristiano Baran, diretor-geral da Metropolitan Logística. Ele segreda que a expansão dos negócios (e sua manutenção) tem o ingrediente de serviços anteriores à entrega. Uma dessas operações é a pré-programação dos celulares. "Com isso absorvemos demanda importante no processo antes dos equipamentos chegarem às lojas", afirma Baran, que complementa. "Além da pré-programação, a Metropolitan Logística se integra à cadeia na medida em que assume on line em rede com operadoras e fabricantes as baixas automáticas dos códigos pré-programados, o que facilita o processo de habilitação na hora da venda. Ou seja, o aparelho sai dos nossos centros de distribuição prontos para chegar às mãos do consumidor."

Ativo humano

Para oferecer esses diferenciais na logística de celulares Baran afirma que a Metropolitan Logística investe no ativo humano, que é quem dá respaldo para cumprir a pré-programação dos aparelhos. "Investimos 1% do faturamento em treinamento num pessoal cujo pré-requisito é preencher nível de escolaridade mínima de segundo grau. O trabalho de pré-programação requer qualidade e capacitação, pois um simples erro pode provocar o não reconhecimento do aparelho quando o comprador final for fazer a sua habilitação."

A Metropolitan Logística, criada em 1992 e hoje o principal negócio do Grupo Metropolitan, segundo Baran, ainda tem bastante espaço no segmento de telefonia celular. "A taxa de penetração ainda não chegou a 40% em celulares no País, além do que o índice de troca de aparelhos é bastante alto, especialmente com a entrada de grupos cada vez mais jovens entre os consumidores".

Foco aberto

A Metropolitan Logística, que tem uma estrutura composta de seis centros de distribuição somando 60 mil metros quadrados onde passam cerca de 150 veículos por dia - não vive apenas de celulares. Tem na carteira clientes como a Fast Shop, EletroDireto, Submarino, Bradesco e a BridgestoneFirestone, para quem faz a logística de um produto nada compatível com a fragilidade de um celular.

Para uma companhia fabricante de pneus, a Metropolitan Logística movimenta negro de fumo, uma das matérias-primas que entram na composição dos pneumáticos. "É preciso diversificar para enfrentar as sazonalidades. Telefones celulares têm picos de vendas, enquanto o negro de fumo é usado o ano inteiro, e isso acontece porque as fábricas de pneus nunca param", conclui Baran.