Título: Semana começa com menor pressão sobre as projeções de juros
Autor: Jiane Carvalho
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/11/2004, Finanças & Mercados, p. B-1
O mercado de juros futuros começa a semana com perspectiva de queda nas projeções, seguindo o movimento iniciado na sexta-feira, quando todos os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) apresentaram recuo. Analistas de renda fixa apontam a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o reajuste nos preços da Petrobras e até a queda na renda do trabalhador como determinantes na melhora das expectativas.
Na sexta-feira, os contratos de DI de abril de 2005, os mais líquidos negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), fecharam projetando um juro de 17,87% ao ano, ante 17,92% do ajuste da quinta-feira. Para este período foram negociados 207 mil contratos com um giro financeiro de R$ 19,6 bilhões. Os DIs de janeiro de 2005, que sinalizam a taxa Selic a ser definida em dezembro, projetaram juros de 17,41% ao ano, ante 17,44% do ajuste do dia anterior.
Como ponto importante na melhora das expectativas, o gerente de renda fixa do Banco Prosper, Carlos Cintra, cita a ata da última reunião do Copom em que a Selic subiu para 17,25% ao ano. "Na sexta, com uma análise mais calma das explicações do Banco Central, o mercado percebeu que o tom foi menos duro do que se imaginou", diz. O analista cita ainda como um fator que ajudou na queda das projeções de juros futuros a decisão da Petrobras de alinhar seus preços aos internacionais. "Com o reajuste feito na semana passada, os reflexos do aumento dos combustíveis na inflação em 2005 serão mínimos", ponderou.
Na sexta-feira, outras duas boas notícias, segundo o ponto de vista do mercado financeiro, ajudaram a melhorar as expectativas. Uma delas foi o recuo do dólar comercial, que caiu 0,40%, vendido a R$ 2,73.