Título: HSBC cresce 55% em previdência
Autor: Denise Bueno
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/11/2004, Finanças & Mercados, p. B-2

Captação dos últimos dois meses deve representar 20% do volume de contribuições do ano. A HSBC Seguros e Previdência estima captar 20% do volume de contribuições obtidas durante todo o ano nos dois últimos meses. Até setembro, as contribuições cresceram 52,9%, para R$ 470 milhões, enquanto as reservas somaram R$ 1,1 bilhão. "Temos uma campanha para lembrar aos clientes do benefício fiscal do produto. Mas como temos uma força de venda especializada, com 600 consultores, que acompanham os investimentos dos clientes, a grande massa de recursos captada se refere a aportes únicos", disse Vilson Andrade, presidente da HSBC. O orçamento previa crescimento de 45% na previ-dência e o grupo deverá encerrar o ano com 55%, com reservas acima de R$ 1,3 bilhão.

Para Andrade, a melhor notícia do ano no segmento de previdência veio do governo, com a publicação das novas regras tributárias, separando bem os investimentos de curto, médio e longo prazo. "O ruim é que abriu um vácuo em relação às antigas aplicações por ainda não ter definido como o investidor migrará do plano antigo para o novo", comentou.

Segundo o executivo, a melhor área de 2004 foi capitalização, com alta de 62% no volume de vendas até setembro, para R$ 148 milhões. "É um ótimo desempenho, principalmente se comparado ao mercado, que cresceu 11%", comentou Andrade. A expectativa é de encerrar o ano com R$ 210 milhões em capitalização, acima do orçamento que previa R$ 190 milhões. Em 2005, Andrade estima que o segmento de capitalização registrará alta de 56%, para R$ 257 milhões.

Boa parte do crescimento do grupo será sustentada pela exploração da base de clientes como também de lançamentos para corretores, que poderão comercializar tanto para clientes do banco como para não clientes. "Há uma boa base de clientes, considerando a Losango, para ser explorada. Em janeiro, lançaremos um título de capitalização, com pagamento mensal, que poderá ser comercializado pelo corretor", disse o executivo.

O ramo vida, uma grande aposta das empresas estrangeiras, registrou crescimento de 12% em 2004. "Há uma forte concorrência nesse ramo para ganhar mercado, o que tem limitado um pouco o crescimento", comentou.

O seguro automóvel, para o executivo, sofreu com o aumento da fraude, principalmente em responsabilidade civil, e também pela sinistralidade. "Tivemos um primeiro semestre pior, mas recuperamos no segundo semestre com uma precificação adequada aos índices, principalmente em Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo e Rio", disse.

Em 2005, Andrade estima ter um resultado bem melhor na carteira de automóvel, por ter regionalizado os preços e também adotado um número maior de parâmetros para precificar o seguro. Segundo ele, hoje 25% das vendas de apólices de carro são geradas nas agências e 75% pelos corretores. "Temos cerca de 300 mil itens segurados", informou.

Para ele, o desafio em 2005 será trabalhar num mercado competitivo, com taxas de juros em queda. As altas taxas de juros em 2004 favoreceram o mercado por um lado, com um retorno maior dos investimentos do que estava previsto. Por outro lado, o empobrecimento da população e o aumento da violência trouxeram perdas. "O grande problema do mercado hoje é a fraude e o ramo automóvel. Sempre que o nível de violência aumenta, a rentabilidade cai em função disso. E são fatores complicados de dimensionar, apesar do mercado estar muito atento", disse. Em 2005, a discussão do IRB não pode ser esquecida. "O governo deveria reavaliar a abertura do mercado para que o setor de seguros pudesse crescer mais", disse.