Título: IPC-SP registra alta de 0,41% em novembro
Autor: Dimalice Nunes/InvestNews
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/12/2004, Nacional, p. A-4

O Índice de Preços ao Consumidor apurado na cidade de São Paulo (IPC-SP) registrou alta de 0,41% em novembro, em linha com a taxa do mês anterior, de 0,38%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em doze meses, o índice acumula alta de 5,87%.

Os dois grupos que mais contribuíram para a inflação do mês passado foram transportes e habitação. O item transportes registrou elevação de 1,26%, contra 0,89% de outubro. O aumento foi provocado pela alta nos preços do álcool combustível e da gasolina. No grupo habitação, a variação foi de 0,57%, acima dos 0,44% do mês anterior. A alta foi provocada principalmente pelo reajuste residual das tarifas de telefonia.

A aceleração mais significativa do IPC-SP foi no grupo despesas diversas, que passou de uma inflação moderada de 0,3% para 1,71% em novembro. O aumento foi causado principalmente pela alta de 4,33% nos preços dos cigarros. Este item sozinho respondeu por 18% da inflação de novembro.

Em contrapartida, dois grupos apresentaram deflação: vestuário (¿0,11%) e alimentação (¿0,08%). Neste grupo, mais uma vez, a forte deflação em hortaliças e legumes (¿5,8%) foi compensada por uma forte alta nos preços das frutas, de 3,87% em novembro.

Segundo a economista da FGV, Alexandra Godói, responsável pela análise dos dados, a inflação do mês de 0,41% só não foi menor em razão do comportamento do grupo habitação. Mais uma vez foi possível sentir o impacto do reajuste residual nas tarifas de telefonia das operadoras locais, conforme acordo realizado em julho entre as operadoras e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O reajuste resultou no aumento de 3,08% nas despesas com telefonia. Como representa 3,62% na cesta do IPC-SP, esse item sozinho contribuiu com 27% da inflação em novembro.

Já o grupo vestuário, após forte desaceleração em outubro, apresenta pequena deflação de 0,11%. Em 12 meses, este grupo é o que apresenta a inflação mais baixa, 3%. Vestuário possui pequena ponderação no IPC-SP, de 4,59%.

O grupo transporte apresentou nova aceleração na inflação registrando alta de 1,26%. A aceleração foi atribuída aos reajustes nos preços dos combustíveis. O álcool apresentou inflação de 11,37% e a gasolina, 2,63%. Segundo Alexandra, em relação a outubro a situação é melhor porque o petróleo tem registrado queda no mercado internacional. "Talvez a Petrobras não precise reajustar novamente os preços dos combustíveis", disse.