Título: População brasileira chega a 182 milhões de habitantes
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Fonte: Gazeta Mercantil, 31/08/2004, Nacional, p. A-8
Taxa de crescimento diminuiu para 1,4% ao ano e em 2062 pode zerar. A população brasileira atinge hoje 182 milhões de habitantes, representando quase o dobro das 93 milhões de pessoas existentes no País em 1970. Ou seja, em 34 anos, a população do País praticamente duplicou. Em 2050, o contingente populacional do Brasil poderá alcançar os 259,8 milhões de habitantes, o que colocaria o Brasil na sexta posição do ranking mundial, precedido da Índia, com 1,5 bilhão; China, com 1,4 bilhão; Estados Unidos, com 408,7 milhões; Paquistão, com 348,7 milhões; e Indonésia, com 293,8 milhões.
Os dados estão na publicação "Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o período 1980-2050, Revisão 2004", divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo mostra que, em 2000, a população do Brasil foi estimada em 171,3 milhões de habitantes, o que colocava o Brasil na quinta posição no ranking dos 192 países signatários da Organização das Nações Unidas (ONU), atrás da China (1,3 bilhão), Índia (1,0 bilhão), Estados Unidos (285 milhões) e Indonésia (211,6 milhões). Naquele mesmo ano, a taxa de crescimento da população no Brasil era de 1,5%, deixando o País na 94 posição no ranking crescente da ONU. A média mundial para 2002 foi estimada em 1,24% e no período 2045-2050 poderá ser de 0,33% ao ano.
A publicação mostra, no entanto, que a taxa de crescimento da população brasileira vem caindo desde 1960, pois se o ritmo de crescimento populacional se mantivesse no mesmo nível observado na década de 1950, de aproximadamente 3% ao ano, em 2004 a população no Brasil seria de 262 milhões. Os dados apontam que a taxa de crescimento populacional diminuiu de 3% ao ano no período de 1950-1960, para 1,44% ao ano, em 2004, e que poderá alcançar 0,24% em 2050. Assim, a população brasileira pode atingir o chamado "crescimento zero" em 2062, apresentando a partir daí taxas de crescimento negativas.
Cai a mortalidade infantil
A revisão divulgada pelo IBGE mostra que a taxa de mortalidade infantil continua caindo em função das campanhas de vacinação em massa, de exames pré-natais e de aleitamento materno e também aos serviços de saúde feitos por agentes comunitários. Em 1970, o País registrava em torno de 100 mortes para cada mil crianças nascidas vivas. Em 2000, a taxa caiu para 30 por mil, um patamar ainda alto em comparação a vizinhos do Cone Sul: na Argentina eram 21 mil mortes para cada mil nascidos com vida; no Chile, 12 mil; e no Uruguai 15 mil. No ranking da ONU, o Brasil ocupa a 100 posição.
O estudo do IBGE destaca que a partir de 1980 as mortes por violência passaram a atingir a estrutura por idade das taxas de mortalidade, principalmente dos adultos jovens do sexo masculino.
No ano de 2000, a incidência da mortalidade masculina entre jovens de 20 a 24 anos foi quatro vezes superior à da feminina.
A população brasileira terá idade mediana de 40 anos em 2050, com igualdade entre os grupos etários de zero a 14 anos e os maiores de 65 anos. Cada um deles representará 18% da população brasileira. Em 2000, 30% dos brasileiros tinham de zero a 14 anos e os maiores de 65 anos somavam 5% da população.
Idade média de 40 anos em 2050
O estudo avalia que esses números revelam a importância cada vez maior das políticas públicas relativas à previdência, diante do crescente número de aposentados em relação aos que estão em atividade. Em 2050 o número de pessoas com 80 anos ou mais poderá chegar a 13,7 milhões, enquanto em 2000 este contingente era de 1,8 milhão.
A expectativa de vida do brasileiro, hoje de 70,4 anos ao nascer, deve alcançar em 2050 o patamar de 81,3 anos, basicamente o mesmo nível atual do Japão, o primeiro colocado no ranking mundial das mais elevadas esperanças de vida. O Brasil ocupa o 89 lugar com o indicador estimado para 2000, dentre os países pesquisados pela ONU. Em escala mundial, a entidade estimou para 2000 a esperança de vida ao nascer em 65 anos e para 2045-2050 uma vida média de 74,3 anos.
O estudo diz que o aumento da vida média do brasileiro é conseqüência dos avanços da medicina e das melhorias nas condições gerais de vida da população. Em 1940, segundo o IBGE, a vida média do brasileiro atingia 45,5.