Título: Estoques em alta derrubam preços nos Estados Unidos
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 31/08/2004, Energia, p. A-10
Os preços do gás natural poderão cair este ano para seu nível mais baixo nos Estados Unidos, num momento em que as temperaturas amenas elevam os estoques, já inflados pela baixa utilização dos aparelhos de ar condicionado neste verão no hemisfério norte, segundo mostra uma pesquisa da Bloomberg.
Dez dos 16 analistas consultados, ou 63%, previram que os contratos futuros de gás natural negociados em Nova York vão cair nesta semana, o prognóstico mais pessimista já formulado desde que se começou a realizar a pesquisa, há 11 semanas. Quatro disseram que os preços vão se elevar e dois disseram que eles permanecerão praticamente inalterados. Uma semana atrás, 44% disseram que os preços iriam cair.
"A persistente falta de demanda por refrigeração e os aumentos do volume de gás armazenado devem baixar os preços, para níveis inferiores aos US$ 5", disse John Kilduff, vice-presidente-sênior de gerenciamento de risco de energia da Fimat USA Inc., de Nova York.
Os contratos de gás para entrega em setembro caíram 8,5% na semana passada na Bolsa Mercantil de Nova York, para US$ 5,082 por milhão de unidades térmicas britânicas (BTU) na sexta-feira, o último dia de pregão do contrato. O contrato para entrega em outubro caiu 8,9%, para US$ 5,189 por milhão de BTU. O contrato de gás natural mais próximo da data de entrega não é negociado por menos de US$ 5 desde novembro passado.
As temperaturas de julho e agosto, quando a demanda por refrigeração no verão norte-americano atinge seu pico, estavam inferiores ao normal em boa parte da região oriental e central do país, onde vive a maior parte da população. Os estoques de gás totalizaram 2,614 trilhão de pés cúbicos na semana encerrada a 20 de agosto, 6,7% acima do nível médio dos últimos cinco anos e 11% superior ao volume alcançado no mesmo período de 2003.
Os diferenciais de preços negociados sexta-feira na Bolsa de Mercadorias de Nova York indicaram que a maioria dos operadores desistiram do calor do verão como impulsionador da demanda por gás natural nos Estados Unidos, voltando-se, em vez disso, para os meses de inverno (dezembro/março).