Título: Opep ainda indefinida sobre o corte na produção
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Fonte: Gazeta Mercantil, 07/12/2004, Energia, p. A-6
A Opep deve reduzir a produção para enquadrar-se nos limites oficiais de cotas ou cortar um milhão de barris por dia (bpd) de seu teto de produção para lidar com a queda brutal dos preços do petróleo, disse, ontem, o ministro do petróleo da Líbia, Fathi bin-Shatwan. "Os preços do petróleo estão caindo. Acredito que seja o momento para a Opep fazer algo", disse Shatwan em uma entrevista por telefone, poucos dias antes do encontro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo no Cairo sexta-feira próxima. "As opções são cortar um milhão de barris por dia que acrescentamos ao teto de producão no último encontro, para que o teto volte a 26 milhões bpd, ou respeitamos a cota oficial de 27 milhões bpd".
Ele disse que o cartel está produzindo hoje 28 milhões bpd, sem contar o Iraque, o único membro da Opep sem cota, acrescentando que a recente queda do dólar deveria levar a Opep a demarcar o preço do barril em US$ 35 para sua cesta de preços em vez dos US$ 22 por barril cobrados atualmente. O cartel deveria considerar o valor do petróleo usando uma cesta de moedas incluindo o euro, o dólar e o iene, sugeriu.
Para o ministro do Petróleo do Irã, Bijan Zanganeh, a Opep provavelmente manterá sua cota de produção, quando se concentrará no cumprimento do limite para conter a queda dos preços.
Produção cai
A produção de petróleo bruto dos países-membros da Opep caiu em novembro passado. O declínio foi o primeiro observado nos últimos sete meses e ocorreu devido à redução da produção do Iraque. A produção conjunta de todos os 11 países-membros da Organização apresentou queda de 570.000 barris/dia, ou 1,9%, passando à média diária de 29,97 milhões de barris, segundo a pesquisa realizada pela Bloomberg junto a empresas petrolíferas, produtores e analistas do setor. Em outubro passado, a Opep havia produzido o volume corrigido de 30,54 milhões de barris/dia, seu maior ritmo desde dezembro de 1979, de acordo com números fornecidos pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos.
A maior parte do declínio observado no mês passado foi causada por uma queda de 500.000 barris/dia, ou 22%, da produção iraquiana, que passou a 1,75 milhões de barris/dia. Essa foi a menor média mensal produzida pelo Iraque desde setembro de 2003.
Barril em alta
O petróleo negociado em Nova York fechou em alta, ontem, embora tenha ficado abaixo do maior nível do dia, em meio a especulações de um corte na produção da Opep e após o ataque a um consulado dos Estados Unidos na Arábia Saudita. Os contratos com entrega em janeiro fecharam a US$ 42,98 por barril, alta de US$ 0,44, depois de chegarem a US$ 43,60.
Em Londres, o tipo Brent fechou a US$ 39,65 por barril, com valorização de US$ 0,29.