Título: A indústria de autopeças prevê ...
Autor: Sonia Moraes
Fonte: Gazeta Mercantil, 06/12/2004, Primeira Página, p. A-1

"Fomos até o tier 3 (empresas de nível três dentro do setor automotivo) negociar o fornecimento para garantir o compromisso assumido com a montadora. Também fomos até a Gerdau antecipar a liberação de produtos laminados de aço para os nossos fornecedores", disse Carlos Panitz.

Ainda segundo Panitz, gerente de materiais da International, a empresa criou novas estratégias para enfrentar a escassez do aço no mercado brasileiro. "Nos últimos três meses passamos a fazer um planejamento integrado com nossos fornecedores - fundição, forjaria e usinagem -, compartilhando informações de demanda de longo prazo. Além disso, nos colocamos à disposição para ajudá-los em caso de dificuldades", disse Panitz, lembrando que, "sem essas medidas preventivas teríamos tido perda de 15% no volume de produção, além de ter parado a nossa produção nos Estados Unidos e Argentina."

Preço mais alto

A Lipos, fabricante de parafusos, que chegou a interromper a produção no primeiro trimestre de 2003 por falta de aço, só teve normalização de abastecimento do produto na sua fábrica de Mauá, no ABC paulista em junho deste ano. "A situação só está um pouco melhor depois de pagarmos o aumento de preço", disse o diretor Sérgio Polisel.

A Lipos produz 4,2 mil toneladas por ano de parafusos. Do volume total, 50% vão para o setor automotivo - para abastecer a linha de montagem da General Motors, Fiat e Volkswagen -, 30% para o segmento de produtos eletrônicos, 15% para eletroeletrônico e 5% para exportação.

Com 150 funcionários, que trabalham em dois turnos, a Lipos utiliza 85% da sua capacidade. Neste ano a previsão da empresa é de faturar R$ 40 milhões, crescimento de 37,9% sobre os R$ 29 milhões. Para 2005, a meta é que seu faturamento tenha um crescimento de 10%.

Mais fornecedores

A Eletromecânica Dyna - que tem 90% do produto a base de aço - utiliza 5 mil toneladas de aço de 0,6 a 2 milímetros de espessura. Antes, a empresa só comprava da Brasmetal. Agora, adquire aço também da Armco, Groth e da Fasal."Se tivéssemos trabalhando somente com um fornecedor já teríamos parado a linha de produção", afirmou o gerente geral da Dyna, Celso Liberal, alertando sobre problemas que o setor automotivo poderá enfrentar dentro de um ou dois anos. "O preço do aço no mercado externo está maior que no Brasil, o que estimula as exportações".

Além de abastecer a linha de montagem das montadoras no Brasil, a Dyna exporta limpadores de pára-brisa para os Estados Unidos, Alemanha, México e vários países do Mercosul.

Negócios no exterior

Recentemente a Dyna fechou um dos maiores contratos da sua história para exportar de uma só vez 1,35 milhão de limpadores de pára-brisa para a Aldi, um dos maiores grupos da Alemanha.

A Dyna também fechou contrato com a Mighty, uma das maiores distribuidoras dos Estados Unidos, para enviar 9 milhões de limpadores num período de três anos.