Título: IGP-DI de novembro vai a 0,82% puxado pelo atacado
Autor: Viviane Monteiro
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/12/2004, Nacional, p. A-8

A taxa é superior à de outubro, mas inferior a outras registradas no ano. O Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou aumento de 0,82%, no mês de novembro. A taxa é 0,19 ponto percentual (p.p.) superior à observada em outubro, quando a alta foi de 0,53%. Apesar do movimento de aceleração do índice, a alta de novembro é inferior às taxas que vigoraram na maior parte do ano. De março a agosto, o IGP-DI apresentou variações superiores a 1%. No ano até novembro, o IGP-DI acumula variação de 11,56% e, em 12 meses, 12,23%.

Dos três componentes do IGP-DI, o Índice de Preços por Atacado (IPA), com alta de 1%, foi o que mostrou maior incremento em sua taxa de variação: 0,39 ponto percentual. Em outubro, o IPA-DI havia se elevado 0,61%. Além da aceleração, novembro trouxe também uma nova composição da taxa do IPA. Os grupos Bens Finais e Matérias-Primas Brutas apresentaram acréscimos de 1,44 p.p. e 2,15 p.p., respectivamente, enquanto os Bens Intermediários recuaram 1,36 ponto percentual.

A taxa de variação dos Bens Finais passou de ¿ 0,28%, em outubro, para 1,16%, em novembro. Os preços dos alimentos in natura, depois de registrar queda de 6,42%, em outubro, praticamente não se alteraram durante o mês de novembro, assinalando ¿ 0,20% de queda. Já a taxa do item combustíveis quase quintuplicou, saltando de 1,56% para 7,53%. Destaca-se o preço do álcool hidratado, que passou de 3,76%, em outubro, para 15,51%, em novembro.

O índice de Bens Finais, obtido pela exclusão de alimentos in natura e combustíveis - as parcelas mais voláteis - , avançou menos, passando de 0,38%, em outubro, para 0,42%, em novembro. Destaca-se ainda a aceleração dos preços dos bens de investimento, que tiveram sua taxa de crescimento elevada de 0,96% para 1,98%. Em sentido oposto, aprofundou-se a queda de preços dos alimentos processados, com queda de ¿ 0,61% para ¿ 0,78%.

O índice relativo a Bens Intermediários desacelerou-se em novembro, apesar do efeito do item combustíveis para a produção, que subiu de 2,26% para 2,60%. Contribuíram decisivamente para a desaceleração do grupo os materiais e componentes para a manufatura e os materiais e componentes para a construção. No primeiro caso, a redução na taxa, em pontos percentuais, foi de 1,69; no segundo, de 2,29. A principal justificativa para a desaceleração foi o comportamento dos produtos siderúrgicos, que registraram a menor taxa de variação do ano: 1,05%.

A desaceleração destes e de outros insumos industriais, como as matérias plásticas, foi captada pelo índice de Bens Intermediários, calculado após a exclusão dos combustíveis para a produção, que registrou taxa de 0,97%, 1,80 p.p. abaixo da variação de outubro, de 2,77%. Ressalte-se também o recuo na aceleração nos preços do item embalagens, de 4,42% para 0,19%. As Matérias-Primas Brutas apresentaram variação de 0,34%, em novembro, após queda acentuada de preços, de 1,81%, em outubro. As comercializáveis ainda tiveram redução de preços em novembro, de 0,48%, bem menor do que a de outubro, de 4,09%. Com maior influência sobre a trajetória do grupo, as matérias-primas alimentares passaram da queda de 1,74%, em outubro, para 0,42%, em novembro. Embora sete dos 14 produtos que compõem esta classe tenham apresentado queda de preço, o efeito predominante foi a aceleração do item bovinos, cuja taxa passou de ¿3,05% para 3,48%. Esse movimento, isoladamente, foi responsável por um acréscimo de 0,32 p.p. na taxa de variação do IPA.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,37%, em novembro, taxa 0,27 p.p. acima da registrada em outubro, de 0,10%. Os três grupos de maior peso na composição do índice, Habitação, Alimentação e Transportes, nesta ordem, que somados correspondem a pouco mais de 70% do IPC, aceleraram-se 0,30 p.p., 0,33 p.p. e 0,69 p.p., respectivamente. Despesas Diversas mostrou aceleração ainda maior, de 0,74 p.p., mas por ser o grupo de menor peso contribuiu bem menos do que os outros três para o aumento da taxa do índice. Estes movimentos de alta foram em parte compensados pelos decréscimos das taxas de variação dos grupos Vestuário, Saúde e Cuidados Pessoais e Educação, Leitura e Recreação, de 0,19 p.p., 0,15 p.p. e 0,12 p.p., respectivamente. Dos sete grupos, o que apresentou a taxa mais elevada foi Transportes, com 1,57%. A taxa mais baixa foi novamente a do grupo Alimentação, de ¿0,45%.

O núcleo do IPC variou 0,41%. A taxa se mantém praticamente sem alterações pelo quinto mês consecutivo. Em novembro, a distância entre a taxa de variação do núcleo e a do IPC foi de apenas 0,04 p.p., contra 0,33 p.p., em outubro.

O Índice Nacional de Custo da Construção registrou alta de 0,71% em novembro, 0,48 p.p. inferior à de outubro.