Título: Rio ultrapassa São Paulo na renda per capita
Autor: Mariana Carneiro
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/12/2004, Nacional, p. A-9

O crescimento de 4,4% do Produto Interno Bruto do Rio de Janeiro em 2002 elevou a posição do estado no ranking brasileiro de renda per capita. O Rio passou a ocupar a vice-liderança no indicador, superando a posição até então ocupada por São Paulo. Enquanto cada cidadão do estado do Rio ganhou em 2002 R$ 11.459 por ano, em São Paulo a renda individual ficou em R$ 11.353. A liderança seguiu nas mãos do Distrito Federal, onde a renda anual correspondente a cada cidadão foi de R$ 16.361 em 2002.

No ano, enquanto a economia brasileira cresceu 1,9%, a de São Paulo registrou expansão de apenas 0,7%. O recuo dos paulistas, segundo o gerente de contas regionais do IBGE, Frederico Cunha, deve-se ao encolhimento da indústria de transformação do estado, que amargou queda de 0,3%. Já a indústria fluminense registrou crescimento de 4,1%, ancorada na expansão da exploração de petróleo e gás. Segundo dados da pesquisa de Contas Nacionais 2002 do IBGE, o Rio detinha, em 2002, 82,5% de toda a produção de óleo no Brasil.

A força do petróleo

"A extração de petróleo cresceu 15,2% no ano. Parte dessa expansão pode ser ter sido incorporada à indústria de transformação, afirma Cunha, acrescentando que o resultado em 2002 reverteu uma seqüência de sete anos de queda. Naquele ano, o crescimento do Rio superou o da região Sudeste (2,1%).

Mas não foi só o petróleo que impulsionou a economia do Rio. Dentro da indústria de transformação, o segmento metalurgia (que inclui bobinas e chapas grossas de aço) cresceu 13,5%. Os óleos lubrificantes provocaram expansão de 5% da indústria química. O setor têxtil cresceu 21,4% e o farmacêutico, 7,7%.

Embora líder entre os estados mais produtivos, responsável por um Produto Interno Bruto de R$ 438,14 bilhões, São Paulo vem perdendo participação na economia do Brasil. Em 2002, o estado alcançou o nível mais baixo desde o início da série histórica (1985), com 32,6% do PIB brasileiro. Em 1990, a participação era de 37%.