Título: Preço está alinhado com o mercado externo
Autor: Daniele Carvalho
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/12/2004, Nacional, p. A-10

Os preços praticados hoje pela Petrobras nos combustíveis estão alinhados com os praticados no mercado internacional e, por isso, a gasolina e o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) não deverão ser reajustados nos poucos dias que restam para o final de 2004. A informação é do presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, que participou ontem em Macaé, RJ, de evento comemorativo dos 30 anos da descoberta de petróleo na Bacia de Campos. " Se a cotação do petróleo se mantiver na faixa que está hoje até 31 de dezembro, não haverá reajuste de preço até o final do ano", esclareceu Dutra.

Quanto ao GLP, que não sofre correção de preço desde dezembro de 2003, a estatal vai continuar absorvendo a defasagem. "Nós estamos operando realmente com uma defasagem, mas do ponto de vista empresarial e, tomando como experiência o que aconteceu no passado, sabemos que o aumento do GLP resulta em uma redução do consumo. Então optamos por não fazer o reajuste", explicou o presidente da Petrobras.

Em relação à data de entrada em funcionamento d e uma nova refinaria, o executivo voltou a afirmar que o projeto inicial contempla o ano de 2010. Mas ressaltou que, caso as projeções de consumo interno cresçam acima do já estimado, a unidade poderia sofrer, no máximo, uma antecipação de um ano no começo de sua operação.

Se o local de instalação da refinaria ainda é uma dúvida para a estatal, o projeto de construção de uma nova planta petroquímica (orçada em US$ 3 bilhões) já tem praticamente sua localização definida: "O estado do Rio tem as maiores chances de abrigar o projeto", ressaltou Dutra. O empreendimento prevê o processamento de 150 mil barris de petróleo por dia. Dutra adiantou que os estudos de viabilidade econômica deverão ser finalizados no primeiro semestre do ano que vem, ficando para a segunda metade de 2005 a definição de parceiros e do local onde a unidade será instalada.

No segmento de exploração e produção, o presidente da Petrobras estima que o primeiro óleo da plataforma P-43, localizada no campo de Barracuda, na Bacia de Campos, deverá ser extraído até o dia 18 de dezembro. A previsão inicial da Petrobras era de que a unidade entrasse em operação em novembro, mas por conta de problemas burocráticos, a produção acabou sofrendo atraso.

Por conta deste atraso a estatal já não espera bater, ainda em dezembro, recorde de produção, que é de 1.640 barris em um único dia, patamar alcançado em março de 2003."Um novo pico só deve acontecer em janeiro", disse.

A bacia de Campos concentra reservas de óleo de 10,3 bilhões de barris, em 41 campos em produção; tem 14 plataformas fixas, 2.275 linhas submarinas e 3.922 quilômetros de extensão. Garoupa foi o primeiro campo e, em seguida foram descobertos os de Namorado, Pargo, Badejo, Bicudo, Enchova, Marlim e Marlim Sul.

Acordo com a Ipiranga

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, confirmou ontem que a estatal fechou contrato com o grupo Ipiranga para o fornecimento de petróleo a um preço fixo. Segundo o executivo, o acordo trata do abastecimento mensal de 60 mil metros cúbicos de óleo para a refinaria do grupo, durante um ano, com a cotação da semana passada.

No final do período, será calculada a oscilação do preço do barril. Caso tenha se valorizado, a Ipiranga pagará a diferença, mas se a variação for negativa, a Petrobras reembolsará o grupo privado. Até então, os contratos de compra eram feitos no mercado spot.

Costa diz que a Ipiranga foi o único grupo a procurar a Petrobras para propor este tipo de negociação. Outras refinarias privadas, como a de Manguinhos, ficam de fora da nova modalidade. "Só podemos fechar acordo com quem nos procura", comenta ele.