Título: Senadores comemoram a sondagem
Autor: Sérgio Pardellas
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/12/2004, Política, p. A-12
No Congresso, o resultado da pesquisa CNI/Ibope deu o tom dos discursos. Os governistas comemoraram. O líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN), atribuiu o resultado positivo à política econômica desenvolvida pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Para Bezerra, a avaliação do povo é o que bate no bolso, gera emprego. "O governo está colhendo o que plantou, com uma política econômica austera, séria, as conseqüências são essas", afirmou.
O líder lembrou, contudo, que a despeito da avaliação positiva no levantamento CNI/Ibope, o País precisa garantir um prazo mais longo de crescimento o que, segundo ele, vai depender dos investimentos. "Investimento em infra-estrutura (energia); transportes (estradas, ferrovias). Este é o ponto de estrangulamento do Brasil."
Na avaliação do presidente nacional do PT, José Genoino, o resultado reflete o bom momento vivido pelo País. "É estimulante para se continuar fazendo um trabalho firme e muita confiança no futuro que estamos construindo para o Brasil", destacou.
Crescimento responsável
Genoino ressaltou ainda que o resultado do levantamento aumenta a importância de viabilizar um país com crescimento e emprego. Já em relação a outro dado da pesquisa, segundo o qual Lula figuraria em primeiro se as eleições presidenciais fossem hoje, entre 42% e 49% das preferências, o dirigente petista preferiu adotar a cautela. "Não devemos nos precipitar em relação a 2006. Quem governa tem que governar bem. E a responsabilidade do Executivo federal é governar bem o Brasil, para realizar o nosso projeto de mudança."
Genoino falou ainda da importância da manutenção dos compromissos do governo para 2005, consolidando o crescimento econômico e a geração de empregos, avançando no gerenciamento dos programas sociais e cumprindo as agendas legislativa e democrática do País
Oposição destaca fragilidade
Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), no entanto, a pesquisa CNI/Ibope revelou a fragilidade do governo Lula e a pujança dos candidatos do PSDB. "A popularidade (do governo) está caindo. Os dados mostram que, em comparação com 2002, Lula está mais fraco. Se eu fosse ele, pela pesquisa, eu colocava as barbas de molho", disse.
O senador amazonense argumentou que mesmo com "a fantasia do crescimento do PIB e da geração de empregos" se as eleições fossem hoje, Lula teria de enfrentar um acirrado segundo turno.