Título: Economia aquecida eleva recursos em circulação
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Fonte: Gazeta Mercantil, 31/08/2004, Finanças & Mercados, p. B-1
A retomada da economia brasileira fez o governo colocar mais recursos em circulação no mercado em julho. O volume de papel-moeda emitido subiu de R$ 47,819 bilhões em junho para R$ 49,139 bilhões, o que representa uma variação de 2,8%. Em 12 meses, a emissão de papel-moeda subiu 22,5%. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (Depec), Altamir Lopes, a maior demanda por papel-moeda está relacionada ao crescimento do nível de atividade e a sazonalidade de um mês de férias. Ele negou que o aumento de dinheiro em circulação esteja relacionado com a inflação mais alta. "Em mês de férias geralmente há uma demanda mais forte por moeda. Mas tem a ver também com o crescimento do nível de atividade", explicou.
Também foi necessário emitir mais dinheiro no mês passado para financiar o pagamento de dívida de saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) referentes aos Planos Econômicos Verão e Collor I e a restituição do Imposto de Renda. "No ano passado, houve pagamento de restituição do IR, mas não havia a questão do FGTS", afirmou.
Com uma quantidade maior de dinheiro na praça, também o recolhimento de recursos junto às instituições financeiras pelo BC subiu R$ 5,621 bilhões de junho para julho, atingindo R$ 120,971 bilhões. No que diz respeito às reservas bancárias, nota divulgada ontem pelo BC mostra uma ligeira redução de 0,3% de junho para julho, totalizando R$ 22,890 bilhões. Em 12 meses, estas reservas caíram 12,8%. Lopes explicou que este movimento em 12 meses é influenciado pela redução do compulsório bancário sob depósito à vista (percentual que os bancos são obrigados a deixarem depositados na autoridade monetária), que teve uma queda de 60% para 45%.