Título: Volta a Concessão...
Autor: Ana Paula Machado
Fonte: Gazeta Mercantil, 09/12/2004, Primeira Página, p. A1

Kanashiro foi um dos defensores da adoção do programa Crema - Contrato de Recuperação e Manutenção da Malha Rodoviária Federal - modalidade em que não há cobrança de pedágios. O governo paga uma quantia para a operadora, que em contrapartida faz a manutenção da estrada. "A proposta era um contrato temporário de até dois anos. Mas, todo o processo foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU)", afirmou. Na avaliação do TCU, os editais não cumpriam as normas estabelecidas pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) para a contratação de empresas.

Gargalos persistentes

O consultor também admitiu que somente as concessões não diminuirão os gargalos no setor rodoviário brasileiro. Para ele, as Parcerias Público Privadas (PPP) são o grande projeto do momento, pois ele dá garantias para que os investidores apliquem recursos nas estradas do país. "As PPP preenchem os vazios que o setor público não consegue cobrir, por falta exclusiva de recursos para grandes obras de infra- estrutura", disse.

O sucesso dessa audiência certamente terá repercussão em todo o país. Em Minas Gerais, por exemplo, há vários projetos que aguardam uma orientação federal para que sejam concedidos e há algum tempo foi publicado um documento com todas as rodovias que serão transferidas para o gerenciamento privado. Uma é a MG-050 , que sai da capital mineira, passa por Itaúna, Divinópolis, Passos e alcança a região de Ribeirão Preto, em São Paulo. Outra é a MG-010 que liga Belo Horizonte ao Aeroporto de Confins, que aguarda a duplicação para transformar-se no primeiro aeroporto-indústria do país.

Além da Fernão Dias, o governo federal irá apresentar mais sete lotes de rodovias nos Estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, no total de 2.477 quilômetros.