Título: Empresa brasileira fortalece integração
Autor: Sérgio Prado
Fonte: Gazeta Mercantil, 09/12/2004, Nacional, p. A4

Empresas brasileiras, como Marcopolo, Odebrecht, Petrobrás e Atech, entre outras, presentes na Venezuela, contribuem para acelerar o processo de integração da América do Sul. A Venezuela é uma das portas de acesso aos países que formam a Comunidade Andina de Nações.

"A Comunidade Andina é importante para nós e no longo prazo as possibilidades de exportação tendem a aumentar", afirma Carlos Zignani, diretor corporativo e de relações com investidores da Marcopolo. A empresa, que exporta para mais de 80 países, tem posição comercial consolidada na Venezuela e fincou um pé na Colômbia, país onde instalou uma unidade de montagem de veículos. Em 2005, a Marcopolo espera ampliar suas vendas aos venezuelanos.

Segundo informa Zignani, estão adiantadas as negociações para a entrega de ônibus de dois pisos no próximo ano à Venezuela. Em 2004, a empresa faturou US$ 7 milhões com a exportação de carros de longa distância para esse país.

"A economia venezuelana encontra-se em recuperação, e isso vai ajudar quem faz negócios lá. A longo prazo, eles vão crescer ainda mais por causa do petróleo", afirma Zignani.

O ramo de óleo e gás deverá puxar muitos negócios. A Petrobras não dá detalhes sobre seus planos, mas informa que a previsão de investimentos de US$ 280 milhões no próximo ano serão conduzidos pela Petrobras Energia (a nova razão social da Argentina Pecom). Neste ano, as aplicações nas atividades no país foram de US$ 200 milhões.

A Odebrecht constrói a segunda ponte sobre o Rio Orinoco, na região da Ciudad Guayana. A obra integra o corredor de transportes, que contará com a construção de 166 quilômetros de rodovias. Essa será uma das principais rotas de exportação, que levará Boa Vista e Manaus ao Mar do Caribe.

A ponte começou a ser construída pela Odebrecht em 2001 e sua inauguração está prevista para 2005. Além dessa obra, a construtora brasileira toca mais quatro empreendimentos na Venezuela. São eles: duas linhas do Metrô de Caracas, o Metrô de Los Teques (região metropolitana de Caracas) e o projeto de irrigação El Dilúvio, nas proximidades de Maracaibo. A direção da empresa brasileira afirma que continuará em busca de novos projetos no país, onde opera há 12 anos. Recentemente, a Atech, empresa responsável pela instalação do Sivam, venceu concorrência no valor de US$ 1 milhão para gerenciamento do tráfego aéreo no aeroporto de Maiquia, o mais movimentado do país. Esse é o segundo contrato firmado pela Atech na Venezuela.