Título: Tarifa pode cair 5% no Sul e Sudeste
Autor: Luciana Otoni
Fonte: Gazeta Mercantil, 09/12/2004, Energia, p. A8

A tarifa de energia elétrica para o consumidor final terá uma redução média de 5% em 2005 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A avaliação, ainda em caráter preliminar, foi feita ontem pela ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, ao falar sobre o megaleilão de energia realizado anteontem.

A ministra disse que o resultado do leilão não pode ser considerado pessimista, que o mais importante sinal de mercado é que os preços médios negociados são ascendentes e que no início de 2005 o governo começará a discutir um novo modelo de financiamento destinado aos investidores privados.

¿Temos dois reis: o investidor e o consumidor e acredito que os interesses dos dois são convergentes. Estamos calculando uma repercussão zero para a região Nordeste e para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste há um indicativo de diminuição média de 5%.

Dilma Rousseff disse que não esperava pelo preço médio de R$ 57,51, mas frisou que não concorda com as avaliações que apontam obstáculos aos investimentos.

¿ O leilão não pode ser visto com o pessimismo que alguns estão vendo. Essas são tarifas crescentes de energia que estão sendo praticadas. O resultado final do leilão teve tarifas médias que respeitam uma curva ascendente e indicam que os leilões a partir de 2008 e 2009 terão preços maiores.

¿Um outro patamar de leilão em 2008 e 2009, mesmo se considerar que ele ficará nesta curva, dá valores próximos ao custo marginal de expansão. E necessariamente pode ter uma variação a maior, sinaliza a valores tarifários de R$ 80, chegando a R$ 90 para cima.

Na avaliação da ministra, o que atrairá os investimentos será a configuração dos leilões de energia nova, quando serão comercializados três produtos: energia pronta e pode ser comercializada, energia que está sendo construída e não foi contratada e os projetos isolados.

A partir de abril começam a ser realizados os leilões da chamada energia nova, em um processo de licitação de concessão e também de compra de projetos que acabaram de ser construídos e não foram contratados e, ainda, dos projetos recém concluídos com baixa contratação.

A ministra também comentou a situação da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), dizendo que a empresa possui um alto endividamento e que não será o impacto da venda de energia da última terça-feira o fator responsável pela insolvência da empresa. Tendo a Cesp por parâmetro, observou que há problemas no setor elétrico que não serão solucionados apenas com tarifa.