Título: Mais vagas para trabalho temporário
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Fonte: Gazeta Mercantil, 09/12/2004, Comércio & Serviço, p. A15

Cerca de 92 mil trabalhadores temporários serão contratados até o final do ano no Brasil, o que representa um crescimento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado. É o que revela um levantamento feito pelo Sindeprestem, sindicato que reúne empresas paulistas especializadas em mão-de-obra temporária.

Segundo Necésio Tavares Neto, diretor do Sindeprestem, trabalho temporário é uma atividade regulamentada pela Lei 6.019/74, que garante ao trabalhador o registro em carteira, férias e 13º salário proporcional ao período do contrato, além das garantias previdenciárias e trabalhistas.

Das contratações previstas para este ano, 43% deverão ocorrer no estado de São Paulo, 26% no Rio de Janeiro e 31% no restante do País. A demanda de mão-de-obra temporária se concentra nos setores de comércio e serviços (81,5% das contratações) e na indústria (18,5%). O levantamento não inclui trabalhadores informais.

O comércio contrata mais temporários porque espera um crescimento de até 15% nas vendas de Natal, em relação à mesma data do ano passado. Se confirmada essa previsão, feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o Natal de 2004 será o melhor dos últimos três anos.

O mês de dezembro tem grande peso nas vendas do comércio varejista, que chega a faturar 20% de todo o movimento do ano. O faturamento anual do setor é da ordem de R$ 220 bilhões e cerca de 70% das vendas são feitas a prazo.

No Natal do ano passado, foi registrado um aumento de 3,2% no índice de vendas. Em 2002, as vendas caíram 5% em comparação com o Natal de 2001.

Os indicadores são de que os negócios do comércio, neste final de ano, serão puxados pelos bens duráveis, devido à oferta de maiores facilidades de crédito ao consumo. Em setembro, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas de móveis e eletrodomésticos teve um crescimento menor (20,2%) na comparação com agosto (28,6%), mas voltou a liderar a expansão dos negócios. O varejo de veículos, motos e peças, com um crescimento no mês anterior de 32,2%, registrou variação de 15,4% em setembro.

Em um contexto de aumento gradativo das taxas de juros, contudo, esses setores poderão ser os mais atingidos a médio prazo.

Já os segmentos do comércio mais dependentes da renda da população continuam a apresentar variações menos expressivas, embora em setembro o grupo de hipermercados, supermercados, tecidos, vestuário e calçados tenha experimentado taxas expressivas de evolução (9,2% e 4%, respectivamente), após um mês de agosto considerado ruim (3,8% e -1,1%).

Supermercados

O otimismo do comércio em relação ao Natal é generalizado. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) prevê, com base em sondagem feita junto a grandes redes do setor, que as vendas deverão crescer cerca de 10% em relação ao ano passado. A pesquisa envolveu 50 empresas de todo o País, responsáveis por 40% das vendas totais do setor.

Para 74% dos entrevistados, as compras de final de ano serão maiores que em 2003. Outros 24% deverão manter o volume de encomendas e apenas 2% admitiram a possibilidade de redução.

Nos shopping centers paulistanos, os lojistas anteciparam compras para o Natal, na expectativa do maior movimento dos últimos anos. Estima-se que as encomendas aumentaram 25%, em média, sobre o mesmo período de 2003.