Título: Relator buscará informação no STF
Autor: Taffner, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 14/04/2011, Cidades, p. 34

O relator do processo administrativo instaurado contra Jaqueline Roriz (PMN-DF) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (PSDB-SP), se reúne hoje, às 16h, com o ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa para tratar do caso da parlamentar. Sampaio pedirá ao magistrado o envio de todo o material produzido contra Jaqueline no inquérito relatado por ele. O tucano afirma que se as provas e os depoimentos existentes forem ¿robustos¿, ele poderá adiantar o relatório e terminar a análise do caso antes dos 90 dias do prazo regimental. No fim da tarde de ontem, os advogados da deputada entregaram mais uma defesa na Corregedoria da Casa. Nas últimas semanas, foram duas peças destinadas ao corregedor e outra ao relator.

A nova defesa é exatamente igual à anterior, uma vez que o pedido de investigação feito em 30 de março pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) é similar à realizada 20 dias antes pelo PSol. Tanto a entidade quanto o partido pedem a apuração do vídeo no qual Jaqueline Roriz e o marido dela, Manoel Neto, aparecem recebendo R$ 50 mil de Durval Barbosa. Em carta, a parlamentar afirma que o dinheiro foi utilizado como caixa dois na campanha de 2006. Além disso, ela é acusada de usar parte da verba indenizatória para custear seu escritório político em sala pertencente à empresa do marido. Nas manifestações entregues, os advogados pedem o arquivamento das investigações e afirmam que não há irregularidades na manutenção da sala.

O corregedor da Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE), disse ao Correio que pretende apresentar o parecer na próxima reunião da Mesa Diretora, o que deve acontecer em cerca de 10 dias. Ele deverá pedir instauração de novo processo administrativo contra a deputada, apesar de ação similar estar em curso no Conselho de Ética. ¿Não há nada no regimento que impeça um parlamentar de responder a dois processos ao mesmo tempo¿, explica o corregedor. Além das solicitações apresentada pelo PSol e pela CUT, um cidadão comum, o enfermeiro Ivan Rodrigues da Rocha, também pediu a abertura de investigação contra Jaqueline. Na prática, como nenhum dos pedidos apresentam fatos novos, eles apenas atrasaram a conclusão dos trabalhos na Corregedoria, uma vez que foi necessário abrir mais prazo para defesa.

Celeridade Tanto na Corregedoria quanto no Conselho de Ética, a palavra de ordem é celeridade. Com a reunião de hoje no Supremo Tribunal Federal, Carlos Sampaio pretende convencer o ministro Joaquim Barbosa a enviar logo o material constante do inquérito, com todos os depoimentos realizados até agora. ¿Com tudo em mãos, terei condições de estabelecer os próximos passos. Se os elementos forem satisfatórios, posso diminuir muito o prazo para conclusão do relatório¿, explica o deputado. Ele pode deixar de pedir a produção de provas e, inclusive, não convidar Durval Barbosa para depor no Conselho de Ética. Enquanto isso, Jaqueline Roriz tem participado normalmente das sessões desta semana, mas tem evitado dar entrevistas a pedidos dos advogados.