Título: UnB: prejuízo já soma R$ 11,5 mi
Autor: Paranhos, Thaís
Fonte: Correio Braziliense, 14/04/2011, Cidades, p. 37

Decanatos da Universidade de Brasília (UnB) avaliam que a verba seria suficiente para arrumar os estragos, mas perdas podem alcançar R$ 20 milhões. Professores e estudantes retomam as atividades, apesar de alguns improvisos.

A Universidade de Brasília (UnB) precisará de pelo menos R$ 11,5 milhões para se recuperar dos estragos provocados pela chuva do último domingo. O dinheiro será necessário somente para realizar as obras no Instituto Central de Ciências (ICC), atingido pela enchente. Essa estimativa inicial foi elaborada em conjunto pelos decanatos de Administração e de Planejamento e Orçamento da instituição, mas pode sofrer alterações. A bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional, por exemplo, em reunião com o vice-reitor da universidade, João Batista de Sousa, divulgou em nota que a insituição precisará de cerca de R$ 20 milhões para se reerguer. Enquanto os recursos não chegam, professores e alunos trabalham contra o tempo para recuperar o material perdido e colocar as atividades dos departamentos em ordem outra vez. As aulas foram retomadas ontem.

O subsolo do ICC Norte foi um dos mais prejudicados. O Bloco B, também na parte debaixo da edificação, continua interditado pela Defesa Civil e só deve ser reaberto após o levantamento e a recuperação dos estragos. ¿Ainda não podemos medir o prejuízo total, porque há salas nessa área que ainda estão fechadas¿, explicou o prefeito do câmpus Darcy Ribeiro, Paulo César Marques. A UnBTV, a Rádio UnB, os anfiteatros 12, 14, 15, 16 e 19, os centros de pós-graduação em sociologia, economia e administração, os centros acadêmicos de história, filosofia e geografia, além da empresa júnior dos alunos de administração, ficaram bastante destruídos.

Enquanto um levantamento final do prejuízo sofrido não fica pronto, a universidade se recupera da inundação. Ontem, o retorno das aulas ocorreu normalmente, conforme avaliou o prefeito do câmpus. ¿O movimento foi normal. Apenas uma ou outra atividade que ainda está suspensa, mas foram situações pontuais¿, indicou. A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) receberam as aulas de pós-graduação dos centros atingidos. A Faculdade de Tecnologia e o Instituto de Química também receberam as atividades que seriam realizadas nos espaços atingidos.

As aulas do anfiteatro 15, ocorridas das 8h às 21h, acabaram transferidas para o Auditório Roberto Salmeron, na Faculdade de Tecnologia. Uma corrente com cadeado trancava a porta do anfiteatro 16, e um papel pregado na parede indicava a mudança de local. As turmas foram direcionadas para o Instituto de Química. ¿Tenho aula às 19h e, como fiquei sabendo que alguns anfiteatros estavam inundados, vim me certificar de onde seria a minha¿, explicou o estudante do 6º semestre de ciências sociais Caio Eduardo Leastro, 22 anos. As outras disciplinas cursadas pelo aluno não sofreram alteração.

Perdas As colegas Helen Cristiny Carvalho, 17 anos, e Isis Santos, 18, foram à UnB na manhã de ontem sem saber se teriam aula. As alunas do 1º semestre de biblioteconomia cursam a disciplina de microinformática no Bloco B do subsolo do ICC Norte. Elas não puderam usar os computadores do laboratório de informática, atingidos pela água da chuva. ¿Cheguei aqui e soube na secretaria que os equipamentos não estavam funcionando. Essa situação complica um pouco, porque a gente vai ver só a teoria e ficar sem a prática¿, lamentou Helen.

Na manhã de ontem, a diretora de jornalismo da UnBTV, Neuza Meller, contabilizava os danos provocados pela enchente. Um exibidor, aparelho que coloca a TV no ar, foi completamente danificado pela água da chuva. O equipamento está avaliado em R$ 500 mil e tinha apenas dois meses de uso, segundo Neuza. ¿Falta fazer um levantamento do nosso arquivo com todas as nossas imagens. Por sorte, conseguimos salvar os computadores, mas a secretaria ficou destruída¿, lamentou a diretora de jornalismo.