Título: Perspectivas do setor gráfico
Autor: Alfried Plöger
Fonte: Gazeta Mercantil, 14/12/2004, Opinião, p. A-3

A expansão em 2004 é insuficiente para repor perdas de 2003. A indústria gráfica, que reage rapidamente às oscilações macroeconômicas e tende a registrar expansão de quatro pontos percentuais além do PIB, poderá crescer até 10% em 2005, considerando-se as estimativas de incremento econômico entre 4% e 5% no novo ano. Se estas previsões realmente se confirmarem, o setor estaria se aproximando de uma recuperação mais efetiva e restituindo os níveis de ocupação de suas plantas industriais, abalados com a retração ocorrida no ano passado. A expansão que se verificou em 2004 já foi bastante positiva, mas ainda insuficiente para reparar devidamente a lucratividade perdida no exercício anterior, quando o PIB nacional recuou 0,2%, na contramão, diga-se de passagem, do ocorrido em praticamente todas as nações latino-americanas, cuja recuperação antecipou-se à do Brasil. De qualquer maneira, é imprescindível que o parque gráfico nacional - constituído por cerca de 15 mil empresas, empregador de 200 mil trabalhadores e responsável por 3% do PIB industrial do País - esteja preparado para capitalizar o esperado crescimento econômico brasileiro em 2005. Nesse sentido, as gráficas precisam empenhar-se de forma cada vez mais intensa na busca de competitividade. Isso passa, obrigatória e necessariamente, pelos seguintes fatores: aporte tecnológico; gestão administrativo-financeira eficaz; profissionalização e eficiência no marketing; capacidade de exportação; e descoberta de nichos de mercado, fator preponderante para pequenas e médias empresas. Além disso, é necessário instrumentalizar-se para atender plenamente às necessidades e anseios dos clientes, mesclando as tecnologias convencionais com os novos processos digitais. O Sistema Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) tem trabalhado muito no sentido de contribuir para o avanço do mercado e ajudar as empresas do setor a realizarem as necessárias lições de casa relativas à conquista da competitividade. No âmbito da Abigraf Regional São Paulo, iniciativas voltadas a essas metas serão cada vez mais intensificadas em 2005. Dentre elas, o Graphia, grupo de exportações cuja ação tem sido muito forte na prospecção do mercado externo, com bons resultados já efetivados. Também deverá ser cada vez mais estimulada a ação dos grupos empresariais, já que seu papel na análise dos problemas e propostas de idéias e soluções em cada nicho do mercado tem-se mostrado rica contribuição. A entidade de classe é o porta-voz, o advogado e o principal canal de mobilização, inclusive política, de um ramo de atividade na busca de seu fortalecimento. É exatamente com base nesse paradigma que o Sistema Abigraf vem atuando. É necessário avançar cada vez mais na valorização, no desenvolvimento e na prosperidade do parque gráfico brasileiro. No próximo ano, estima-se que o setor deva movimentar US$ 949 bilhões em todo o mundo. É preciso trabalhar muito, com coesão, sinergia e inteligência, para que a fatia brasileira desse significativo bolo se torne cada vez maior. kicker: Estima-se que o setor deva movimentar US$ 949 bilhões em todo o mundo em 2005