Título: Crescimento será de 4% em 2005, estima indústria
Autor: Patrícia Nakamura
Fonte: Gazeta Mercantil, 14/12/2004, Nacional, p. A-5

A maior parte do empresariado paulista acredita que a economia brasileira continuará crescendo em 2005, segundo pesquisa realizada pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Entre as 416 empresas ouvidas pela entidade entre 29 de novembro e 6 de dezembro, 52% acreditam que a atividade econômica vai expandir-se em pelo menos 4% no próximo ano. Para 2004, os industriais prevêem crescimento de 5%. Para este ano, a expectativa é que a atividade industrial apresente um desempenho 7,5% superior ao de 2003. Ainda de acordo com o levantamento do Ciesp, 72% dos entrevistados se dizem "confiantes" quanto ao desempenho de seus negócios no ano que vem.

"É a primeira vez desde 2000 que a indústria paulista fechará o ano com crescimento expressivo", afirmou o presidente da entidade, Claudio Vaz. "A confiança é a tônica das perspectivas para 2005 e esse comportamento move as decisões futuras", disse, ao comentar que no ano que vem 61% dos empresários vão "aumentar moderadamente" seus investimentos. Outros 20% disseram que vão "reduzir moderadamente" os aportes.

Apesar do otimismo, a pesquisa detectou três fatores que podem comprometer o desempenho: o aumento das taxas de juros (apontado por 80% dos entrevistados), a valorização do real frente ao dólar e o aumento do superávit primário. "Atualmente, a valorização do real teve impacto negativo para 39% das indústrias paulistas. Já o aumento dos juros não modificará os planos de investimento para 2005 para 53% dos entrevistados".

Nível de emprego também sobe

Segundo Vaz, o nível de emprego no ano que vem deve crescer 3,5% em comparação com 2004. "O atual estágio tecnológico do estado possibilita mais produtividade", disse.

Em outubro, o emprego industrial registrou alta de 0,4% em relação a setembro, com a criação de 7 mil postos de trabalho. O Ciesp está modificando a metodologia da pesquisa, para dar mais atenção às diretorias regionais. "Assim conseguimos identificar o crescimento mais intenso do emprego no interior."