Título: Banco do Brasil e Ipea fazem parceria
Autor: Sandra Nascimento
Fonte: Gazeta Mercantil, 01/09/2004, Nacional, p. A-4

Pesquisa deverá mostrar impacto dos programas públicos na geração de vagas e renda. O Banco do Brasil e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) iniciaram nesta semana uma parceria para a elaboração de uma nova pesquisa sobre o mercado de trabalho no País. "A idéia é mensurar o impacto dos programas públicos operados pelo banco na geração de emprego e renda", disse o gerente executivo da divisão de governo da instituição, João Pinto Rabelo Jr., responsável pelo convênio com o Ipea.

"Buscamos um modelo que nos permita acompanhar o retorno de cada real aplicado nesses programas", disse o executivo. A expectativa é que os primeiros resultados sejam divulgados já no início de janeiro do próximo ano. Para o diretor da mesma divisão, João Carlos de Mattos, a proposta vai mais longe e deverá dar ao governo maiores subsídios para medir a eficácia dos recursos liberados.

Na avaliação do executivo, as pesquisas que existem hoje, entre elas as realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e pelo Ministério do Trabalho, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), não mostram com clareza o impacto da entrada desses recursos nos diversos segmentos da economia.

O Caged, por exemplo, leva em conta apenas a variação de empregos com registro em carteira. O IBGE, como o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) incluem dados do mercado de trabalho informal, mas não os efeitos do uso de recursos de programas governamentais na geração de novas vagas. "Hoje, nós só fazemos estimativas", disse Mattos.

Daniel Campos, gerente da divisão de governo, lembrou uma outra pesquisa, feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), que leva em conta a matriz insumo/produto e o efeito renda. "Mas ela também não é eficaz, porque desconsidera uma série de fatores", disse.

Segundo Rabelo, a maior parte dessas operações envolvem valores baixos, de até R$ 20 mil para pessoas jurídicas e R$ 4 mil para pessoas físicas, muitas delas atuando no mercado informal. No ano passado a instituição financeira liberou um total de R$ 4,6 bilhões para esses micro e pequenos empreendedores.

Liberados R$ 2,2 bilhões do FAT

Para 2004 a expectativa é que esse valor seja superado, mas não há ainda números fechados, já que os pedidos para a área rural chegam em maior peso no segundo semestre, por conta do período de safra. Os dados disponíveis até julho deste ano mostram que, somente para os projetos destinados à área urbana, foram liberados R$ 2,2 bilhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Além do FAT, as fontes para os empréstimos concedidos pelo Banco do Brasil são o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e recursos do Tesouro Nacional. kicker: A expectativa é que os primeiros resultados sejam divulgados já no início de janeiro do próximo ano