Título: Bahia registra saldo positivo na criação de emprego formal
Autor: Alvaro Figueiredo
Fonte: Gazeta Mercantil, 13/12/2004, Gazeta do Brasil - BH/BSB/PE/RJ/SP, p. B-13

Entre janeiro e outubro foram geradas 56,4 mil vagas, 64% delas no interior; setor de serviços libera novos postos. A Bahia acumula saldo de 56,4 mil novos empregos no mercado formal, gerados entre janeiro e outubro deste ano, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, resultado da subtração entre o número de trabalhadores admitidos e os desligados. Destas vagas, 64,1% foram criadas no interior do estado e 35,9% na região Metropolitana de Salvador (RMS). Os setores que mais contribuíram para a geração de empregos foram serviços, com 18,4 mil vagas, indústria de transformação, com 15,9 mil e comércio 1,6 mil novas vagas.

"Não há duvida que estes resultados são fruto da política de atração de investimentos implementada pelo governo, que este ano contabiliza 250 protocolos assinados, refletindo o forte interesse corporativos em se instalar no estado", analisa o secretário de planejamento, Armando Avena. De acordo com o titular da Seplan, até 2008 a Bahia deve receber em torno de R$ 25,9 bilhões em investimentos, resultado de 414 protocolos com projetos de empresas comprometidas em parcerias com o governo, com previsão de gerar 71 mil empregos no período.

Boa parte do crescimento, refletido também na geração de postos de trabalho no interior, é resultado da ampliação do agronegócio, e das 52 fábricas de calçados instaladas. "A implantação da Continental Pneus com investimentos de US$ 260 milhões, que produzirá 6,5 milhões de pneus para automóveis e 750 mil pneus para caminhões, é emblemática", avalia o secretário. "Apesar dos períodos de retração da economia, o PIB do País cresce e a Bahia reflete este crescimento. Nossa expectativa é de ampliação dos investimentos, já que o produto interno do estado crescerá pelo menos 40% a mais do que o PIB do País", analisa, Avena, antecipando alguns empreendimentos. "A reativação do estaleiro de São Roque do Paraguassú, com a construção de um dique seco, no valor de R$ 120 milhões orçada é um exemplo", diz.

A agropecuária também apresentou bom desempenho no ano, tendo registrado a criação de 9,4 mil postos de trabalho. De acordo com o secretário, um fato interessante revelado pela pesquisa foi a ampliação da influência da Bahia na abertura de postos de trabalho da região Nordeste. No acumulado do ano, a Bahia foi o estado da região que registrou o maior número de vagas abertas, reflexo da geração de empregos até setembro.

Considerando somente a RMS, o saldo de empregos formais de janeiro a outubro desse ano ficou em 20,2 mil novas vagas, o sexto melhor desempenho do Brasil. Salvador registrou o maior número de novas vagas criadas: 14,1 mil, o que corresponde a 69,7% das vagas da região. Lauro de Freitas ficou em segundo, com 4,6 mil postos novos, e no interior do estado, Juazeiro apresentou a maior geração de empregos com carteira assinada, 2,6 mil, seguido de Feira de Santana, 2,6 mil, Vitória da Conquista, 1,7 mil, e Eunápolis, 1,4 mil postos de trabalho.

Em outubro, o saldo foi de 1,7 mil novos empregos com carteira assinada no estado. A contribuição positiva dos serviços foi de 2,2 mil novos empregos, a do comércio de 1,6 mil, e a da indústria de transformação com 968. A contrapartida negativa foi causada pela agropecuária, que recuou com o fechamento de 2,5 mil postos de trabalho, causado pela entressafra das principais lavouras do estado, no mês de outubro.

Na indústria de transformação, o destaque de outubro ficou para o setor calçadista, que participou com um terço das contratações, o que corresponde a 319 vagas. A RMS contribuiu com 43,8% das vagas geradas nesse segmento.

kicker: Na indústria o destaque foi o setor calçadista, com 1/3 das contratações