Título: Incentivo ao comércio Brasil-Chile
Autor: Ana Paula Machado
Fonte: Gazeta Mercantil, 15/12/2004, Nacional, p. A-5

Brasil e Chile devem ampliar o comércio entre os países a partir do Programa de Substituições Competitivas de Importações (PSCI). Ontem, em Belo Horizonte, foi ratificado o Memorandum de Entendimento para a Promoção do Comércio e dos Investimentos entre Brasil e Chile. A expectativa é que cerca de 20 produtos chilenos sejam importados pelo governo brasileiro nos próximos anos.

O diretor do Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores, Mário Vilalva, disse que o volume comercial entre os dois países ainda é pequeno, pois existe um déficit estrutural de US$ 1 bilhão. "Além de aumentar as importações de produtos chilenos, a intenção do governo brasileiro é ter acesso maior a outros mercados, como o Nafta. Assim, o Chile poderia se constituir também como porta de entrada para os produtos brasileiros".

Na reunião também foi assinado um acordo de cooperação técnica entre os dois países para fiscalização alfandegária. "No primeiro semestre do próximo ano foi agendado uma reunião no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para que investidores brasileiros conheçam as potencialidades econômicas do país vizinho", disse Vilalva. Segundo ele, os investimentos chilenos no Brasil já somam US$ 4 bilhões. Em contrapartida, os aportes brasileiros no Chile não ultrapassam US$ 2 bilhões.

O PSCI é uma nova política de estímulo ao comércio na América do Sul. Foi lançado em maio de 2003, no contexto da prioridade concedida ao relacionamento com a região. O Programa compreende um conjunto de medidas pontuais destinadas a prover governos e empresários dos países da América do Sul com informações qualificadas sobre as potencialidades e oportunidades objetivas de negócios com o Brasil e a promover e facilitar contatos entre importadores brasileiros e exportadores dos países sul-americanos, de modo a reavivar o fluxo de comércio na região e reduzir o desequilíbrio nas balanças comerciais bilaterais.