Título: Distribuidoras comemoram os bons resultados em 2004
Autor: Luciana Collet
Fonte: Gazeta Mercantil, 15/12/2004, Energia, p. A-6

Lucro médio das empresas associadas à Abradee aumentou 45,4%. As distribuidoras comemoram a boa atuação do segmento no ano de 2004 e esperam ainda melhores resultados em 2005. Além do bom desempenho econômico-financeiro das empresas, o início da consolidação do novo modelo setorial e o atendimento a antigos pleitos das concessionárias de distribuição agradaram as companhias. Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Luiz Carlos Guimarães, embora a atuação das distribuidoras esteja melhorando a cada ano, desde o final do racionamento, atingiu altos níveis em 2004. "Este ano foi ímpar, com uma melhora significativa no resultado financeiro, possibilitando maior acesso das empresas ao mercado, e indicando uma tendência de remuneração ainda mais condizente com o que já foi empregado pelas empresas para o ano que vem".

Em análise realizada pela Abradee, que verificou o resultado parcial de 24 distribuidoras responsáveis por cerca de 90% do mercado, a associação verificou que o lucro das empresas cresceu 45,4% até o terceiro trimestre, enquanto o Ebitda aumentou 32% no mesmo período. "Isso mostra um aumento significativo na eficiência no gerenciamento das despesas operacionais, resultado de um esforço em atingir transparência e uma postura agressiva de busca de acesso ao mercado de capitais", resumiu a diretora financeira da Abradee, Lívia Baião.

A tendência de ainda melhores resultados para 2005 é explicada por uma projeção de um aumento médio de cerca de 5% na demanda por energia elétrica nos próximos cinco anos, caso se confirme a estimativa de crescimento médio de 4% ao ano no PIB brasileiro. Com isso, o consumo passaria dos 43,8 MW médios, previstos para 2004, para quase 56 MW médios em 2009.

Além da necessidade de expansão da geração em cerca de 2 mil a 2,5 mil MW médios ao ano , esse incremento no mercado exigirá investimentos de entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões por ano na expansão da distribuição, sem contar os recursos necessários para o Luz para Todos, que totalizarão mais de R$ 7,5 milhões entre 2004 e 2008.

O programa governamental de universalização dos serviços de energia são, aliás, uma das maiores preocupações das distribuidoras. As empresas temem encontrar dificuldade na execução do projeto, que prevê a ligação de uma média de 400 mil novos clientes por ano, quando o recorde histórico não passa dos 180 mil ao ano. Segundo a Abradee, as empresas podem encontrar dificuldades em encontrar insumos e mão-de-obra especializada na quantidade exigida para atender as metas do governo, o que pode gerar aumento dos custos do projeto. Além disso, as empresas temem que a instalação dos novos clientes gerem aumentos nos custos com manutenção a níveis superiores do que os clientes poderão arcar. "Isso já está sendo discutido com o Ministério de Minas e Energia", afirmou Guimarães.

kicker: A tendência é de lucro maior em 2005 com o aumento de 5% no consumo de energia elétrica