Título: Popularidade de Lula sobe para 65,4%
Autor: Luciana Otoni
Fonte: Gazeta Mercantil, 15/12/2004, Política, p. A-8
Mais uma vez, o presidente exibe uma avaliação positiva superior que a de seu governo. A economia em crescimento é o principal fator de sustentação e cabo eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e instituto de pesquisa Sensus com duas mil pessoas entre os dias 7 e 9 de dezembro mostrou que o percentual dos que aprovam o desempenho do presidente passou de 58,8% em setembro para 65,4% em dezembro.
Mais uma vez, porém, o presidente exibe uma avaliação positiva superior que a de seu governo. Enquanto a avaliação positiva de Lula evoluiu de 41,3% dos consultados em setembro para 44,5% em dezembro, o percentual dos que classificam seu governo como ótimo decresceu de 9,1% em setembro para 8,9% em dezembro. Na mesma base de comparação, o percentual dos que avaliam o governo federal como bom passou de 32,2% para 35,6%. A pesquisa também apontou a expansão do índice de aprovação do presidente. O percentual dos que aprovam o desempenho de Lula passou de 58,8% em setembro para 65,4% neste mês.
Para o presidente da CNT, Clésio Andrade, o contraste entre a boa avaliação do presidente e o baixo percentual dos que classificam seu governo como ótimo deve-se à facilidade de comunicação de Lula em contraponto à dificuldade em se solucionar problemas como violência pública e infra-estrutura deteriorada.
Há, ainda segundo Clésio Andrade, o componente político que expõe a dificuldade do governo em manter alianças no Congresso. "As pessoas percebem a melhora da economia por meio do aumento do emprego, mas há uma percepção de crise política", afirmou Clésio Andrade.
Cenário político-econômico
No cenário político atual, a economia mantém-se também como o principal puxador de votos para o presidente e sinaliza que, se a eleição fosse hoje, nenhum outro candidato derrotaria Lula. Segundo a sondagem da CNT/Sensus, se a eleição presidencial fosse hoje, Lula seria reeleito com folga em relação a todos os demais candidatos sugeridos e em todas as simulações eleitorais.
Em uma das simulações, o presidente obtém 44,6% dos votos, seguido por Ciro Gomes (15,5%), Anthony Garotinho (9,7%) e Aécio Neves (8,9%). Na segunda simulação em que se substitui o nome de Aécio Neves por Geraldo Alckmin, Lula obtém 44,9% das intenções de voto, seguido por Ciro Gomes (16%), Geraldo Alckmin (10,7%) e Garotinho (9,5%).
E ainda na terceira simulação, Lula aparece com 43,8%, Ciro com 15,5% e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com 13,1% das intenções de voto.
"Esse resultado representa uma quase aposentadoria do Fernando Henrique. Para quem foi presidente, ele está mal posicionado", comentou Clésio Andrade.
A sondagem feita pela CNT/Sensus mostrou que a maioria da população não distingue a melhora da economia por setor de atividade. A percepção é sentida conforme o maior ou menor grau da geração de novos empregos. Para 41% dos entrevistados, a economia está sendo bem conduzida, enquanto que para 35,3% as diretrizes dessa área são inadequadas. Na área social, 42,5% consideram as políticas adequadas e 33,5% consideraram inadequadas.
No que se refere à inflação, 63,5% disseram que os preços subiram e a que a inflação permanece, enquanto que para 27% os preços subiram, mas a inflação foi controlada. Indagados sobre os itens cujos preços mais aumentaram, 40% citaram o grupo luz, gás e gasolina, seguido por alimentos (20,3%) e remédios (6,4%).
Em termos de perspectivas, 73,5% dos entrevistados responderam que 2005 será melhor que 2004. No quesito, desempenho econômico para o próximo ano, 44,7% disseram que a economia vai crescer pouco, 27,1% projetaram que a expansão será grande e 14,9% avaliaram que o nível de atividade manterá-se estável.