Título: Batalha política
Autor: Hessel, Rosana
Fonte: Correio Braziliense, 15/04/2011, Economia, p. 12

Uma das primeiras reações sobre o alerta do Ipea (um órgão do próprio governo) para riscos com a infraestrutura aeroportuária na Copa do Mundo de 2014 veio do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Ontem, ele admitiu estar ¿preocupado¿ com a situação, mas garantiu que os investimentos necessários para o evento esportivo surgirão ¿naturalmente¿.

O ministro reiterou que a presidente Dilma Rousseff está atenta ao problema. Prova disso foi a recente criação da Secretaria de Aviação Civil (SAC), com status de ministério e voltada ao controle do setor. O ministro dos Esportes, Orlando Silva, já havia declarado, ainda nesta semana, que Dilma anunciará novidades no modelo de gestão do setor logo após retornar da viagem à China.

A oposição aproveitou para recarregar suas críticas. Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), líder do DEM na Câmara, disse que ¿o Brasil inteiro sabe¿ que o principal gargalo da infraestrutura está nos aeroportos. ¿A incapacidade de resolver problema ainda vem do governo Lula. Desde o apagão aéreo de 2007, nada de relevante foi feito. Agora, corremos risco de passar um vexame mundial¿, afirmou.

Prioridade Mais agressivo, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), sugeriu que o país deveria pedir desculpas à Federação Internacional de Futebol e desistir da Copa. ¿A continuar nesse ritmo de obras de infraestrutura, seria melhor para o Brasil pedir à Fifa que escolhesse outro país¿, provocou.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), rebateu dizendo que os aeroportos serão ¿prioridade¿ e que as obras serão concluídas no prazo. ¿O governo tem essa preocupação e criou a SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão) para resolver esse problema. Os aeroportos serão prioridade e vamos recuperar o tempo perdido¿, assegurou.