Título: Greve de funcionários da INB afeta Angra 1 e 2
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Fonte: Gazeta Mercantil, 17/12/2004, Energia, p. A-6

Os cerca de 350 funcionários da Indústrias Nucleares do Brasil em Resende iniciaram ontem uma greve por tempo indeterminado, em protesto contra o ajuste salarial proposto pelo governo. Tanto os testes para enriquecer urânio como a produção de combustível para as usinas nucleares Angra 1 e 2 foram interrompidos, informou um membro do sindicato da categoria. Os serviços essenciais foram preservados, com uma equipe mínima para manter as máquinas ligadas.

"Problemas de abastecimento só se a greve durar mais de um mês. Estamos mantendo as centrífugas (de enriquecimento de urânio) em rotação mínima, mas os testes não estão sendo feitos. Se a greve acabar recuperamos o tempo perdido", afirmou à Reuters o diretor da associação dos empregados da INB Luis Soares.

A INB acenou com 7,9% de aumento, índice aceito pelos demais funcionários da empresa no restante do país - cerca de 600 pessoas - mas foi rejeitado por Resende. Angra 2 parada

Desconectada da rede elétrica desde o último dia 30, a usina nuclear de Angra 2, uma das duas unidades nucleares brasileira, ainda não tem previsão para ser reconectatada ao Sistema Elétrico Interligado, informou ontem a Eletronuclear. A unidade tem capaci-dade de geração de 1350 MWh de potência a plena carga.

A paralisação na unidade ocorreu aos 5 minutos do último dia 30, quando tornou-se necessária a realização de inspeção no gerador elétrico principal da unidade, que apresentou aumento de umidade no gás hidrogênio que o refrigera.

Segundo a Eletronuclear, o tempo de desligamento vai depender do resultado do levantamento que os técnicos da unidade estão realizando para determinar as causas do problema. A empresa esclarece, porém, que o gerador elétrico que apresentou defeito não tem "nenhuma interface direta com a parte nuclear da usina".