Título: Demora na análise atrasa os projetos, diz Furlan
Autor: Edna Simão
Fonte: Gazeta Mercantil, 02/09/2004, Nacional, p. A-8

A possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevar os juros não é uma ameaça ao ingresso de novos investimentos para o País, na avaliação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. O que pode atrapalhar, por exemplo, é a demora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em analisar e aprovar projetos de investimentos. "Não existe a ameaça do Copom", disse o ministro, após o encerramento do 18 Congresso do Mercado de Capitais, ontem em Brasília.

Segundo Furlan, o governo está estudando alternativas no sentido de aliviar a cunha fiscal do crédito e, ao mesmo tempo, dar agilidade aos processos de análise de projetos de investimentos pelo BNDES. "Tem razão o setor privado quando diz que é preciso uma resposta mais concreta do governo e das instituições para a retomada do investimento. Seis meses a um ano para análises de projetos e aprovação é um tempo exagerado num momento em que o Brasil tem pressa."

Para ele, este cenário de aumento de demanda é o ideal para que as empresas invistam na ampliação da produção, a fim de atender tanto ao mercado interno quanto ao externo. Segundo Furlan, já existe um grande número anúncios de investimentos pelas empresas.

"O Brasil conquistou arduamente o crescimento de 50% nas exportações, saindo de US$ 60 bilhões para 90 bilhões entre 2002 e 2004. Não faria nenhum sentido perdermos este espaço conquistado, principalmente, em produtos de maior valor agregado, que representam mais de 50% de nossa pauta de exportações pela demanda do mercado interno", disse.

O ministro aproveitou para informar que as medidas de desoneração da área de software ¿ um dos quatro setores prioritários da política industrial do governo Lula ¿ vai sair este mês. O anúncio ainda não foi feito porque existe um "conflito" entre os estados e municípios devido a bitributação de impostos. Para tentar resolver o problema, o assunto será levado para discussão em reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).