Título: Queda nas reservas dos EUA faz cotações subirem quase US$ 2
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Fonte: Gazeta Mercantil, 02/09/2004, Energia, p. A-9
O petróleo interrompeu ontem uma seqüência de vários dias de queda em seu preço e registrou uma alta de quase US$ 2. O principal motivo foi a acentuada diminuição nas reservas dos Estados Unidos. O preço dos contratos do petróleo tipo WTI na Bolsa Mercantil de Nova York, para entrega em outubro, ficou em US$ 44 o barril, US$ 1,88 acima do fechamento da terça-feira. Os contratos de gasolina, para entrega no mesmo mês, fecharam a US$ 1,1890 o galão (3,78 litros), uma alta de cinco centavos. Já os contratos de gasóleo de calefação registraram uma alta de seis centavos, fechando cotado a US$ 1,18 o barril.
Na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres, o barril do óleo tipo Brent registrou uma alta similar à de Nova York. Os contratos para entrega em outubro fecharam a US$ 41,56, uma alta de US$ 1,95 em relação a sessão do dia anterior.
O relatório do Departamento de Energia dos Estados Unidos informou ontem que as reservas de petróleo do país caíram ao nível mais baixo desde meados de março. Durante a semana passada, as reservas baixaram a 287,1 milhões de barris, 1,4% ou 4,2 milhões de barris a menos que na semana anterior. As reservas de gasolina, por sua vez, aumentaram 0,9% em relação à semana passada, até 206,6 milhões de barris. Isso se deve ao menor movimento nas estradas perto do fim do verão nos EUA.
A redução das reservas de petróleo norte-americano voltou a provocar temores de que ocorram problemas no fornecimento, e de que os países produtores sejam incapazes de atender à demanda mundial. Por isso, os especialistas observam com preocupação especial as sabotagens e ataques que estão acontecendo no sul do Iraque, provocando interrupções nas exportações de petróleo.
Nesta semana, houve ataques ao gasoduto que percorre o sul do Iraque. No entanto, fontes do mercado asseguram que nas últimas horas a indústria do país árabe conseguiu restabelecer a atividade e voltar a funcionar com quase 100% da capacidade. Em todo caso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode decidir aumentar o limite de sua produção na reunião que terá no dia 15 de setembro, em Viena, como medida para conter a possível alta dos preços.