Título: O Ceará investe no potencial do mercado.........(Pág. - 14)
Autor: Adriana Thomasi
Fonte: Gazeta Mercantil, 02/09/2004, Gazeta do Brasil, p. B-13

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará, Régis Cavalcante Dias, pondera que não se constrói e nem se consegue grandes mercados da noite para o dia. "Mas estamos preparando os empresários, pesquisando o perfil do negócio e temos certeza dos bons resultados", afirma. As possibilidades de cooperação com a China mobilizam o governo do estado e entidades parceiras como a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE), com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que organizam missão de prospecção ao país, entre os dias 16 e 28 de outubro, envolvendo cerca de 25 pessoas.

A delegação cearense, comandada pelo governador Lúcio Alcântara e composta por representantes dos setores público e privado, deverá contar ainda com o apoio da Agência de Promoção de Exportação (Apex-Brasil), do Ministério das Relações Exteriores, do Conselho Empresarial Brasil-China, das câmaras, além da assessoria técnica da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE), de São Paulo.

O grupo pretende visitar Pequim, Tianjin, que tem um dos maiores portos do país, Xangai, Guangdong (antiga Cantão), Macau, Hong Kong e Fuzhou, na província de Fujian. O roteiro envolve a participação na "2004 Fujian International Friendship Cities Conference", entre 24 e 28 de outubro, além de encontros com autoridades e entidades empresariais, visitas de campo e agenda cultural.

Bessa lembra que a missão consolida o processo de aproximação do Ceará com aquele país, iniciada com a província de Fujian por meio de sucessivas missões realizadas nos últimos 8 anos, que resultaram na assinatura de um protocolo de intenções para estabelecer cooperação, com destaque na área econômico-comercial.

Jovens prospectam negócios

Jovens empresários cearenses também embarcam para a China em outubro, com agenda de compromissos definida entre o dia 7, data do embarque, até 24. A missão reúne 34 filiados à Associação dos Jovens Empresários do Ceará (AJE) e o roteiro inclui Hong-Kong, Xangai e Pequim. A idéia é conhecer o modelo de gestão empresarial e fazer contatos para futuras negociações. Essa é a nona missão internacional dos empresários da AJE ¿ alguns com negócios no mercado externo. Estados Unidos, França, Chile, México, Itália, Canadá, Espanha , Alemanha, Holanda e Bélgica já foram visitados pelo grupo, de acordo com Bruno Girão, o coordenador-geral da entidade.

Intercâmbios e investimentos

A China, com lista de parceiros comerciais superior a 200 países, sem contar os de governos provinciais interessados em estabelecer acordos no exterior, caso do Ceará com relação a Fujian. Na avaliação de Bessa, os baixos custos de mão-de-obra, aliados às dimensões do mercado interno e à taxa de câmbio desvalorizada (8,28 renminbi para um dólar ¿ taxa fixa desde 1994), tornam a China uma verdadeira plataforma de exportações para empresas estrangeiras.

Em 2003, o pais recebeu cerca de US$ 60 bilhões de investimento externo direto (IED). Depois dos Estados Unidos, a China detém o posto de maior receptor de investimentos estrangeiros diretos do planeta, posição mantida desde 2002. "O volume efetivamente utilizado na China nos últimos 5 anos chegou a US$ 226,1 bilhões", informa Bessa.

Sexta maior economia do globo, exibiu em 2003 um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1,4 trilhão, variação de 16% no triênio 2001-2003. No ano passado, o crescimento do PIB alcançou 9,1% ¿ um sonho para qualquer nação do mundo, afirma o advogado Marconi.

Reservas cambiais

Em 1997, as reservas cambiais chinesas eram de US$ 139,9 bilhões, de acordo com números oferecidos pelo assessor internacional do governo do Ceará, José Nelson Bessa Maia, que preparou estudo para subsidiar a visita oficial do governador Lúcio Alcântara e grupo de empresários ao país, em outubro.

Dados de 2004 apontam para reservas internacionais superiores a US$ 470,6 bilhões (referência de julho), sem incluir Hong Kong, com US$ 118,3 bilhões. A arrecadação de impostos revela taxas de crescimento maiores a cada ano ¿ saltou de US$ 100 bilhões, em 1997, para US$ 230 bilhões em 2002.