Título: IPC-SP desacelera e sobe 0,56% em agosto
Autor: Maria de Lourdes Chagas
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/09/2004, Nacional, p. A-4

O Índice de Preços ao Consumidor para a Cidade de São Paulo (IPC-SP) apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) subiu 0,56% em agosto, após registrar alta de 0,81% no mês anterior. A desacelerando de 0,25 ponto percentual reflete o fim da elevação sazonal típica do período em função dos reajustes de tarifas públicas. De janeiro a agosto, o indicador acumula alta de 4,38%. Nos últimos 12 meses, a inflação medida pelo IPC-SP foi de 6,15%. O índice abrange famílias com renda de um a 33 salários mínimos.

O grupo alimentação voltou a pressionar o indicador e subiu 0,99%, depois de ter registrado deflação de 0,11% em julho. A influência do grupo alimentação no índice geral foi de 56%, em razão da participação de 30,09% na composição da cesta.

O principal subgrupo a pressionar o grupo alimentação foi hortaliças e legumes, com alta de 8,67%, que pelo quarto mês consecutivo apresentou inflação acima da média - 2,04% em julho, 12,48% em junho e 7,97% em maio. Alguns destaques ficaram por conta das despesas com alho, que subiram 12,01%, da batata inglesa, que avançou 17,23%, cebola, 17,59% e tomate, 28,24%.

A inflação de carnes bovinas também ficou acima da média, com alta de 1,52%, embora com menor magnitude. Por outro lado, houve queda nos preços de frutas, 1,12%, bem como os custos do consumidor com arroz e feijão, que diminuíram 5,23%.

O grupo transportes avançou 0,89%, ante a alta de 0,77% do mês anterior. Esse grupo ainda apresentou resíduos do reajuste dos combustíveis de meados de junho. No período, foram captados aumentos no preço do álcool combustível, de 11,25%, e na gasolina, 1,17%. Dessa forma, o grupo respondeu por 21% da inflação do IPC-SP de agosto.

Dois dos sete grupos pesquisados registram deflação no período: despesas diversas, que havia apontado alta de 0,24% no mês anterior, registrou variação negativa de 0,36%; e a deflação do grupo saúde e cuidados pessoais passou de ¿0,03% para ¿0,14%.

Dois dos três subgrupos que compõem o grupo saúde apontaram deflação: os custos com produtos médico-odontológicos ficaram negativos em 0,01% e os de cuidados pessoais, em 1%. Já a taxa do item serviços de saúde ficou positiva em 1,02%.

Conforme já era previsto, o grupo habitação desacelerou da alta de 2,31% apurada em julho para aumento de 0,33% em agosto, em função do fim do período de reajustes dos preços administrados. A influência da habitação sobre o IPC-S foi de 19%.

O grupo vestuário apresentou forte aceleração, passando de uma variação negativa de 0,04% em julho para aumento de 0,91% em agosto, influenciado pelo fim do período de liquidações e entrada das novas coleções.

Os destaques de baixa em despesas diversas ficaram por conta do custo das cervejas, que diminuíram 2,84%, além das mensalidade para internet, 1,46%. Em 12 meses, esse grupo acumula a pior performance entre todos os grupos analisados: inflação de 14,84%.

Já o grupo educação, leitura e recreação, que havia apresentado pequena deflação de 0,10%, em julho, apontou ligeiro avanço em agosto, 0,39%. O único item que apresentou inflação mais significativa foi cursos não formais, que subiu 1,60%.