Título: Dieese apura alta de 0,69% no ICV
Autor: Maria de Lourdes Chagas
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/09/2004, Nacional, p. A-4

Expectativa é de que o índice deste mês repita o de agosto em função do aumento da água. O Índice do Custo de Vida (ICV) no município de São Paulo apresentou, em agosto, variação positiva de 0,69%, inferior à alta de 1,21% apurada em julho, segundo cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). A taxa de inflação acumulada nos oito primeiros meses de 2004, pelo ICV-Dieese, atingiu 5,37%. Nos últimos 12 meses, entre setembro de 2003 e agosto de 2004, a alta acumulada é de 7,81%.

O Dieese infirmou que espera para este mês que o ICV fique próximo ao de agosto. "Em setembro teremos um aumento de água e algum repasse da telefonia também, mantendo o índice próximo de 0,70%", disse a coordenadora do índice, Cornélia Nogueira Porto.

De acordo com ela, o ICV ficou acima das previsões de alta de 0,50% para o mês de agosto. A coordenadora do Dieese disse que o comportamento dos preços em São Paulo está dentro da meta de inflação anual estabelecida pelo governo (5,5%), com a tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima. "Até o fim do ano deveremos chegar aos 7% de inflação", disse.

A alta nos preços dos alimentos (1,34%) foi o principal fator para a elevação do ICV em agosto. Também saúde (1,18%) e transportes (1,05%) pressionaram a inflação. Juntos, os três grupos contribuíram com 0,67 pontos percentuais (p.p.) no custo de vida do mês. Na alimentação, o maior aumento foi observado para os produtos `in natura¿ e semi-elaborados (2,57%), seguidos da alimentação fora do domicílio (0,72%). Já a menor variação foi registrada para os produtos da indústria alimentícia (0,31%).

Segundo Cornélia, as maiores altas no grupo alimentação foram dos legumes (19,28%), principalmente o tomate e o chuchu. "O tomate teve alta de 32,39%, reflexo do excesso de chuvas e frio, que contribuem para estragar as lavouras. Apesar do chuchu ter aumentado mais (41,84%), o tomate pesa mais no orçamento das famílias", disse.

O segundo grupo com maior impacto inflacionário foi saúde, devido ao aumento verificado no subgrupo assistência médica (1,49%). Poucas alterações foram verificadas entre os medicamentos e produtos farmacêuticos (¿0,01%). Seguros e convênios médicos registraram elevação de 1,69% em agosto. Já o grupo transportes foi pressionado pelo aumento dos combustíveis (2,15%), com destaque para o álcool (9,59%).