Título: Receita com a venda de planos cresceu 35,9%
Autor: Lucia Rebouças
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/09/2004, Finanças & Mercados, p. B-2

As vendas de planos de previdência privada cresceram 35,9%, nos primeiros sete meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, com as receitas atingindo R$ 10,2 bilhões. O resultado, que inclui vendas de novas planos e contribuições aos planos já comercializados, já representa cerca de 70% do total captado em 2003: R$ 14,6 bilhões.

Segundo Osvaldo do Nascimento, presidente da Associação Nacional de Previdência Privada (Anapp), responsável pela pesquisa, a maior parte das receitas veio da venda de novos planos. "Os aportes referentes à contribuições aos planos que já estavam no mercado acontecem mais no final do ano", de acordo com Nascimento.

O presidente da Anapp continua apostando num expressivo crescimento da previdência privada. Para todo o ano, projeta um volume de captações de R$ 25 bilhões, com a carteira de investimentos saltando para R$ 70 bilhões. Nos primeiros sete meses do ano a carteira de investimentos do setor - que inclui as reservas técnicas, as reservas livres, o capital de seguradoras e outros valores - atingiu R$ 59,6 bilhões, 47% mais que no mesmo período de 2003.

Os planos modelo Vida Gerador de Benefícios Livre (VGBL) continuaram liderando as vendas, com 52% do total de contribuições, seguido pelos PGBLs, com uma participação de 27%; os planos tradicionais detêm 21%.

Os planos individuais ainda são maioria no mercado, mas os planos para empresas tiveram um crescimento maior. Em julho, estavam no mercado 6,89 milhões de planos individuais, o que representou aumento de 22% em relação aos 5,64 milhões que estavam no sistema no mesmo período de 2003. Já os planos empresariais cresceram 30%. Até julho havia 101,42 mil planos corporativos no país, contra 78,02 mil existentes em julho de 2003.

Na opinião de Nascimento, a Medida Provisória 209, baixada em agosto último, trouxe forte incentivo à poupança de longo prazo, o que deve atrair novos participantes e recursos para os fundos. Para ele, porém, a medida precisa de aperfeiçoamentos. Cita a redução para seis anos no prazo para a redução para 10% do imposto de renda no resgate e a diminuição de 35% para 27,5% da alíquota inicial dos resgates de curto prazo - mudanças que poderão ser feitas pelo Congresso. Com os ajustes, Nascimento acredita que o patrimônio do setor poderá dobrar em um ano, ficando entre R$ 120 bilhões e R$ 150 bilhões até o final de 2005.