Título: IPC da Fipe acelera e sobe 0,99% em agosto
Autor: Ana Cecília Carvalho, Viviane Monteiro e Silmara C
Fonte: Gazeta Mercantil, 06/09/2004, Nacional, p. A-6

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) subiu 0,99% no mês de agosto, frente a alta de 0,59% apurada em julho. A variação apurada em agosto representa a maior taxa mensal desde fevereiro de 2003, quando o IPC aumentou 1,61%. Na terceira quadrissemana de agosto, o índice apresentou variação de 1,03%. Em oito meses, o indicador acumula alta de 4,4%. A Fipe manteve sua projeção para o ano, pela qual o índice deve finalizar com aumento de 6%. O IPC mede a variação dos preços no município de São Paulo entre famílias com renda de até 20 salários mínimos.

Para o economista da consultoria Global Invest, Alex Agostini, o índice veio abaixo da expectativa da consultoria, que estimava alta de 1,2%. "Apesar do valor ser alto, ele soa de forma positiva porque já mostra queda em relação à terceira quadrissemana de agosto. Mas é claro que o índice preocupa, mas ao mesmo tempo ele mostra que as taxas cederam e tendem a continuar cedendo", disse Agostini.

Dos sete grupos pesquisados pela Fipe, três indicaram preços acima dos registrados no mês de julho. Liderando o avanço, o grupo habitação ampliou a alta de 0,54% para 1,78%. Alimentação passou de 0,39% para 1,06% em agosto. E o grupo vestuário reverteu a deflação de 1,72% de julho para inflação de 0,12% em agosto, refletindo o fim das liquidações de inverno.

Em direção oposta, o grupo transportes desacelerou da alta de 1,14% para 1,05%. Saúde também recuou passando de aumento de 2,03% para elevação de 0,61% em agosto. Despesas pessoais passou do avanço de 0,67% para deflação de 0,45%. E por último o grupo educação que apresentou leve queda de 0,05 ponto percentual, passando de alta de 0,17% para 0,12% em agosto.

Na terceira quadrissemana de agosto os grupos registraram as seguintes variações: Habitação (1,69%); alimentação (1,08%); transportes (1%); despesas pessoais (¿0,46%); saúde (1,99%); vestuário (¿0,36%); educação (0,08%).

De acordo com o coordenador de pesquisas e preços da Fipe, Paulo Pichetti, a inflação deverá apresentar um recuo substancial nos próximos meses. Pichetti prevê que o IPC desacelere e suba 0,4% em setembro. Agostini estima que o IPC da Fipe desacelere menos e suba 0,65% em setembro, refletindo a perda de fôlego dos preços administrados. Pela metodologia da Fipe, os preços administrados têm maior pressão em agosto, enquanto os outros indicadores concentram os reajustes das tarifas públicas em julho. Agostini informou que o IPC-Fipe de agosto veio "fora" da estimativa, em decorrência das taxas menores verificadas no grupo habitação, que abrange as tarifas públicas, e saúde.