Título: R$ 7,5 milhões para promover produtos
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Fonte: Gazeta Mercantil, 06/09/2004, Nacional, p. A-6

O presidente da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), Juan Quirós, afirmou que serão investidos R$ 7,5 milhões, em 2005, para promover os produtos brasileiros na África do Sul. É pouco mais do dobro dos R$ 3,5 milhões que serão gastos neste ano. O valor será aplicado em missões comerciais, numa semana de promoção de produtos brasileiros em Johanesburgo, na África do Sul, e em eventos institucionais.

Segundo Quirós, estudo de uma empresa de consultoria mostrou que há 15 setores com facilidade de inserir seus produtos na África do Sul. Esses setores incluem vestuário e cachaça. "Com base na consultoria, decidimos ter uma ação de consolidação e de busca de nichos de mercado", disse. Para isso, a Apex viu que precisa contar com o apoio da agência de promoção de investimentos e exportações do país africano, a Tisa (Trade and Investment of South Africa).

Na sexta-feira, Quirós e o presidente em exercício da agência africana, Mxolisi Matshamba, assinaram um acordo, durante o seminário `Brasil e África do Sul: Crescimento Econômico e Globalização¿. O seminário faz parte do programa do 9 Meeting International, encontro de cerca de 140 empresários brasileiros, organizado pela Doria Associados, na África do Sul. Uma semana de promoção de produtos brasileiros em Johanesburgo, em 2003, teve bons resultados, disse ele. A escolha da África do Sul para o evento levou em conta o interesse do Brasil por esse mercado, afirmou João Doria Júnior, presidente da Doria Associados.

O ministro da Indústria e Comércio da África do Sul, Mandisi Mpahlwa, afirmou que os números do comércio bilateral mostram haver espaço para crescimento. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Luiz Fernando Furlan, disse haver oportunidades de negócios em áreas como defesa, infra-estrutura e indústria automobilística. O Brasil exportou US$ 733,2 milhões para o mercado sul-africano em 2003, apenas 1% do total. E importou US$ 202,2 milhões. De janeiro a julho de 2004 houve crescimento expressivo sobre igual período de 2003. As vendas foram de US$ 509,7 milhões e as compras, de US$ 149,8 milhões, o que significa crescimento de 37,6% e de 35,9%, respectivamente. O tamanho da economia da África do Sul, segundo o embaixador brasileiro no país, Lúcio Amorim, é de cerca de US$ 170 bilhões anuais.

Mpahlwa disse esperar que o acordo de preferências tarifárias entre o Mercosul e a União Aduaneira da África do Sul ajude a promover o comércio bilateral, que empresas brasileiras se interessem em comprar mais de seu país, e que as sul-africanas busquem vender mais para o Brasil, visto que a balança comercial é bastante desequilibrada. Espera-se que o acordo seja assinado em dezembro, na reunião de cúpula do Mercosul, em Ouro Preto (MG). Além da presença do presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, de Mpahlwa e da chanceler sul-africana Mbulelo e Rakwena, participaram do encontro cerca de 25 representantes de empresas da África do Sul.

O presidente da Brinquedos Estrela, Carlos Tilkian, afirmou na sexta-feira que veio à África do Sul com um catálogo de divulgação de seus produtos. A empresa se prepara para ganhar mercado no país e buscou identificar pontos como quais os fornecedores internacionais dos sul-africanos. Os catálogos serão encaminhados pela Apex para divulgação na África do Sul. E a Estrela espera já fazer contatos com importadores numa feira da qual o Brasil participará na África do Sul, em outubro.