Título: Ipea revisa projeção de crescimento para 4,6%
Autor: Mônica Magnavita
Fonte: Gazeta Mercantil, 06/09/2004, Nacional, p. A-7

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ¿ de 5,7% no segundo trimestre de 2004 frente ao mesmo período do ano passado ¿ levou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a aumentar sua projeção de crescimento para este ano, de 3,5% para 4,6%. Os investimentos, denominados Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), terão uma expansão de 7,6% em 2004 e o consumo, de 3%, o que revela o aumento da participação relativa da demanda doméstica no aquecimento da economia, favorecida pelo aumento da renda, do emprego e do crédito.

"Nossos números são conservadores. O Banco Central está preocupado com uma aceleração do PIB superior a 4,8%", disse o presidente do Ipea, Glauco Arbix, na última sexta-feira, durante sua palestra sobre as perspectivas da economia brasileira para uma platéia de cerca de 200 conselheiros da Previ, a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil.

A questão, no momento, é avaliar até que ponto o país pode crescer em ritmo acelerado sem pôr em risco o controle da inflação. "O aspecto do investimento é básico e fundamental", disse, antecipando os números que serão divulgados esta semana. Mas o crescimento previsto para este ano ainda é insuficiente para garantir uma alta consistente. "Muitos setores enfrentam esgotamento da capacidade instalada, como o siderúrgico, que podem pressionar a inflação", disse Arbix.

Além disso, a alta da cotação do petróleo também se tornou um fator de pressão, mesmo sem uma decisão da Petrobras de reajustar os preços internos. Essa conjunção de fatores resultou no anúncio do Banco Central de que está disposto a elevar a taxa Selic, hoje em 16%.