Título: O programa republicano para os próximos quatro anos
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Fonte: Gazeta Mercantil, 03/09/2004, Internacional, p. A-12

Esse é o teor do discurso de aceitação que o presidente Bush fará. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, apresentou ontem na Convenção Republicana, o programa de seu segundo mandato que se destaca por duas frentes: o combate ao terrorismo no exterior, e a promoção do que ele definiu em recentes discursos como uma sociedade "de propriedade" internamente, segundo adiantou o jornalista Alex Keto, da Dow Jones Newswires. Ao mesmo tempo, assessores do candidato democrata, senador John Kerry, disseram que a campanha deste se concentrará "incansávelmente" na questão da economia - na qual eles acreditam que Bush é vulnerável.

No seu discurso de aceitação da candidatura republicana, Bush pretendia recorrer a um de seus pontos fortes, a confiança que os eleitores têm em sua capacidade de combater o terrorismo. "Lutamos contra os terroristas em todo o mundo não por orgulho, não por nosso poder, mas porque as vidas dos nossos cidadãos estão em jogo. Nossa estratégia é clara", segundo trechos de seu discurso. "Triplicamos os recursos destinados à segurança interna e treinamos meio milhão, entre os que se apresentaram imediatamente, porque estamos determinados a proteger nossa pátria. Estamos transformando nossas forças armadas e reformando e fortalecendo nossos serviços de informações. Continuamos na ofensiva perseguindo os terroristas no exterior para não termos de enfrentá-los em nosso país. E estamos trabalhando para o avanço da liberdade no Oriente Médio como um todo, porque a liberdade trará um futuro de esperança, e a paz que todos queremos. E nós venceremos", afirmam os trechos.

Bush deveria salientar enfaticamente que a escolha com que os eleitores se deparam é difícil. "A liberdade de muitos, e a segurança futura de nossa nação, agora dependem de nós". Os trechos do discurso não mostram Bush afirmando que, na sua opinião, não se deve confiar na capacidade de Kerry de conduzir a nação na guerra contra o terrorismo, mas nem precisaria disso.

Embora Bush deva falar da necessidade de combater o terrorismo, também apresentaria um programa de política interna para tranqüilizar os eleitores, preocupados com a economia e a segurança do emprego. Segundo assessores, há um programa interno agressivo para o segundo mandato, "pois a economia da nação mudou drasticamente e que os programas básicos do governo também precisam mudar".

"Hoje, os trabalhadores mudam de emprego, até mesmo de carreira, várias vezes durante sua vida, e uma das mais drásticas mudanças da nossa sociedade é que dois terços de todas as mães de família também trabalham fora de casa", deveria dizer o presidente. O governo Bush já promoveu uma mudança que permite às empresas conceder um período de descanso, em contraposição às horas extras. Bush argumentou que isto será particularmente benéfico para as mulheres que trabalham fora, mas querem ficar mais tempo com a família.

Protestos continuam

Cerca de 200 ativistas dirigiram-se ontem para a Grand Central Station de Nova York, com faixas defendendo a luta pela Aids ao invés das guerras. A polícia prendeu cerca de 12 pessoas que se sentaram ao redor de um posto de informação na principal plataforma da estação de trem e se recusaram a sair de lá em pleno horário do rush matinal, disseram testemunhas.