Título: Votorantim investe no aumento da zincagem e da niquelação
Autor: Gustavo Viana
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/09/2004, Indústria & Serviços, p. A-13

O Brasil perde mais de R$ 3 bilhões por ano com a falta de proteção anticorrosiva nos metais, segundo a Associacão Brasileira de Corrosão (Abraco). A Votorantim Metais (VM), maior produtora de níquel e zinco do País, investe cerca de US$ 320 mil anuais - sobretudo por meio das associações de classes - para incentivar as empresas a adotarem o tratamento de superfície (niquelação e zincagem) dos metais, para evitar corrosão de peças e produtos (maçanetas, torneiras, eletrodomésticos, carrocerias de veículos, torres de energia, entre outros). O serviço movimenta cerca de US$ 250 milhões anuais no País.

Cerca de 55% da produção de zinco da Votorantim Metais é direcionada para a área de tratamento de superfícies e 8% da de níquel. A VM investe para incentivar o crescimento desse mercado e alavancar suas vendas de zinco e níquel. A mineradora deverá ampliar sua capacidade de produção desses dois metais a partir de 2005. Incluindo os negócios de aços longos, a VM está investindo (entre 2003 e 2004) R$ 1,17 bilhão, recursos que serão gastos no aumento da capacidade produtiva e de geração própria de energia e em projetos de gestão ambiental e pesquisa mineral.

A produção de níquel está no limite da capacidade instalada, 20 mil toneladas anuais. A VM pretende ampliar sua produção para 23 mil toneladas em 2005. A empresa ainda estuda a ampliação da capacidade de produção do minério de zinco, entre 20 mil e 160 mil toneladas por ano, dependendo das pesquisas minerais que estão sendo realizadas na mina subterrânea de Vazante (MG). O aporte pode chegar a US$ 200 milhões. O consumo de zinco e níquel é ainda pequeno no País.

Os países desenvolvidos consomem entre 3,5 quilos e 6 quilos anuais de zinco por habitante. O Brasil consome cerca de 1,2 quilos anuais. "O consumo no Brasil era de 0,8 quilos há sete anos e subiu para este patamar hoje em parte pelo trabalho da VM", disse o gerente geral de vendas da unidade de negócio zinco da Votorantim Metais, Sávio José Ce. A meta da empresa, informou Ce, é que esse consumo cresça para 2 quilos anuais por habitante em cinco anos.

Os maiores destinos dos metais zincados são a construção civil, infra-estrutura, torres de energia e celular, linha branca, estradas, portos, aeroportos e indústria automotiva. "O País em estabilidade econômica propicia o aumento desse consumo, pois as empresas passam a pensar no longo prazo", disse Ce. Em 2003, a produção de zinco atingiu 269,2 mil toneladas. Para 2004, a expectativa é de produzir cerca de 273 mil toneladas e conquistar uma receita de cerca de R$ 1,07 bilhão. Em 2003 atingiu R$ 95 milhões. O consumo per capita de níquel atinge 1,1 quilo por ano, ante uma média mundial de 5 quilos. A Itália, maior consumidora, consome 10 quilos. Segundo o gerente geral de vendas da unidade de negócios níquel, Francisco Martin , a VM espera elevar esse consumo para 1,5 quilos até 2007. A niquelação é usada como revestimento na indústria automobilística, peças fundidas, torneiras, cadeiras, eletrodomésticos e até peças plásticas.

O mercado de tratamento de superfície cresce de 1% a 2% acima do Produto Interno Bruto (PIB), informou Ce. "Estamos desenvolvendo esse mercado nas universidades e nos órgãos normativos para mostrar o custo-benefício, as vantagens econômicas do uso do tratamento de superfície", disse Ce. A VM apoia e auxilia duas associações que trabalham pelo crescimento do uso do tratamento de superfície: a Associação Brasileira de Tratamentos de Superfície (ABTS) e o Núcleo de Desenvolvimento Técnico Mercadológico do Aço Inoxidável - Núcleo Inox, entidade que congrega os produtores e transformadores de aço inox e que trabalha pelo incremento do uso do produto.