Título: Aéreas de todo o mundo temem a alta do petróleo
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Fonte: Gazeta Mercantil, 03/09/2004, Transporte & Logística, p. A-14

A Continental Airlines, quinta maior empresa aérea dos Estados Unidos, anunciou a eliminação de 425 empregos, sendo a maior parte gerentes e funcionários de escritório, para ajudar a reduzir os custos em US$ 200 milhões por ano. Se as tarifas não forem aumentadas, a empresa sediada em Houston também terá de cortar salários e benefícios, disse ontem o principal executivo, Gordon Bethune, em uma nota. A empresa informou que está negociando descontos com os fornecedores e procurando reduzir as despesas para combustível, instalações e distribuição de passagens. "Isso prepara o caminho para as conseqüentes concessões" dos sindicatos da Continental, disse Bill Warlick, um analista da Fitch Ratings, em Chicago.

A Continental tenta reduzir as despesas em US$ 1,1 bilhão visto que as grandes empresas aéreas norte-americanas estão às voltas com os altos preços do combustível e a crescente concorrência das empresas áreas de descontos que mantém os preços baixos. A US Airways e a Delta Air Lines informaram que podem entrar com pedido de concordata se não conseguirem reduzir custo e obter concessões dos sindicatos.

Problema global

As companhias européias também enfrentam problemas com a alta do preço do petróleo. A Air France, que recentemente incorporou a holandesa KLM, precisou, segundo seu presidente Jean-Cyril Spinetta, "implementar medidas para a obtenção de sinergias". Graças a isso, os custos por assento disponível da frota unificada caíram 4,8%. Outra medida da Air France foi proteger 72% de sua necessidade de combustível para este ano contra o risco de alta do petróleo por meio de operações no mercado futuro. Os contratos da companhia francesa foram negociados a US$ 41,94 para entrega em outubro, enquanto o óleo bruto do tipo Brent alcançou a cotação recorde de US$ 44,33 na Bolsa de Londres, no último dia 19 de agosto.