Título: UE considera Pacto básico para a disciplina fiscal
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Fonte: Gazeta Mercantil, 06/09/2004, Internacional, p. A-11

Europeus insistem no controle, apesar da resistência de alemães e franceses. A Comissão Européia insistiu na sexta-feira que o Pacto de Crescimento e Estabilidade da União Européia, sobre a disciplina orçamentária é indispensável mesmo que esteja pensando em mudá-lo. A Comissão está disposta a amenizar alguns elementos do Pacto, como por exemplo redefinindo as circunstâncias que podem isentar de ações disciplinares países que desrespeitarem o limite de déficit.

Ela também quer levar em conta os desenvolvimentos econômicos ao determinar prazos para aperto orçamentário, dando mais tempo para aqueles atingidos por problemas econômicos, e adaptar as metas orçamentárias a médio prazo para as circunstâncias individuais dos países, ao invés de insistir em orçamentos equilibrados para todos.

Mas a CE equilibrou essas idéias com pedidos de ações prévias, para melhorar políticas orçamentárias fracas e de monitoramento mais de perto da redução da dívida. O órgão também repetiu que não tem intenção alguma de mudar o limite de déficit de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), que tem sido inúmeras vezes superado pela Alemanha e pela França.

As idéias foram bem vistas pela Alemanha, que já fez pedidos para um pacto mais flexível, assim como pela Holanda, sugerindo que a Comissão pode estar no caminho para conseguir o consenso necessário para mudança. "Eu acredito firmemente que essas propostas irão oferecer um Pacto mais forte e confiável", afirmou o presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, em comunicado.

Os ministros das Finanças da UE irão discutir se a Comissão conseguiu o equilíbrio certo, quando se reunirem na Holanda nos dias 10 e 11 de setembro. Entrentanto, o acordo final pode ser alcançado em 2005, alertou a Holanda. A Comissão disse que a renovação do Pacto é essencial para restabelecer a credibilidade. A CE afirmou que tentará aplicar o espírito de suas idéias mesmo antes que as mudanças sejam finalmente determinadas, mas apenas dentro dos parâmetros das regras orçamentárias atuais.

Setor privado global

O ritmo de crescimento do setor privado global da economia desacelerou em agosto, mostraram indicadores baseados em pesquisas nacionais de empresas de serviços e manufatureiras. O índice global de todas as indústrias, produzido pelo JP Morgan, com organizações de pesquisa e gestão de fornecimento, recuou para 57,5 em agosto, ante 59,8 em julho, mas acima da marca de 50 que mostra expansão.

O indicador geral, que mede a produção no setor manufatureiro e de serviços, é baseado nos índices nacionais de gestão de compra. "A economia global expandiu-se em ritmo menor, mais ainda saudável em agosto. Os dados PMI mostram que as pressões inflacionárias passaram do pico", disse David Hensley, diretor de coordenação econômica global do JP Morgan. O componente de preços caiu de 67,0 para 64,7, enquanto o de emprego aumentou para 51,9, ante 50,8 em julho.