Título: A Previ muda sua carteira de investimentos
Autor: Mônica Magnavita
Fonte: Gazeta Mercantil, 06/09/2004, Finanças & Mercados, p. B-1

Diminui aplicação em ações e sobe a de títulos federais. A Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) reorganiza seus investimentos. Já decidiu, segundo o presidente Sérgio Rosa, que vai reduzir sua participação em renda variável dos atuais 55,56% para 50% nos próximos anos. Em contrapartida, ampliará as aplicações em renda fixa, basicamente em títulos públicos federais e em shopping centers.

Num primeiro momento, a estratégia contemplará, principalmente, as ações que a Previ possui de empresas do setor elétrico, como a CPFL, do petroquímico, como a Suzano Petroquímica, e do siderúrgico, o que inclui as usinas controladas pela européia Arcelor - caso da Belgo Mineira, de cujo capital total o fundo é dono de 8,65%, e da Acesita (13,27%).

Mas, conforme o diretor de investimentos, Luiz Carlos Aguiar, as ações da Previ na Usiminas, equivalentes a 8,29% do capital total, podem ficar fora da lista. O fundo, que não possui assento no conselho e está fora do acordo de acionistas da siderúrgica, vinha negociando a venda de sua participação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas o processo foi interrompido.

"A Usiminas se tornou uma das três maiores empresas em rentabilidade na nossa carteira. Está dando bons resultados e bons dividendos e os analistas avaliam que esse cenário de crescimento vai se manter pelos próximos dois anos, pelo menos", disse Aguiar. "Se isso se confirmar, a venda de nossa participação não estará entre as prioridades. Nesse caso, não fazer parte do acordo de acionistas não é tão ruim."

A decisão, como se vê, está mais ligada a fatores conjunturais do que estratégicos. Aliás, o desafio da Previ no setor siderúrgico é, exatamente, o de mudar a qualidade de suas participações. Em geral, a presença do fundo no setor - dono de um patrimônio de R$ 58,5 bilhões e que completou 100 anos em 2004 - está longe da ideal, segundo Sérgio Rosa.

A meta é reverter esse quadro. Em outras palavras, sair do negócio ou renegociar com os controladores a estrutura de capital da empresa. "Não estamos associados ao bloco de controle, nem temos liquidez. Nosso foco é reorganizar essas participações", acrescentou Rosa.