Título: Brasil negocia venda de carne bovina "in natura" aos EUA
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 06/09/2004, Agribusiness, p. B-12

Até meados de 2005, o Brasil deve iniciar a exportação de carne bovina "in natura" para os Estados Unidos e abrir novos mercados para o produto brasileiro, sobretudo entre os países asiáticos, segundo previsões dos produtores brasileiros. De acordo com informações do presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, o sucesso das negociações com os Estados Unidos vai contribuir para a abertura de novos mercados que se baseiam nas análises sanitárias norte-americanas para a importação de carne bovina.

É o caso do Japão, por exemplo, que só compra carne bovina de países que tradicionalmente exportam aos Estados Unidos.

O próximo passo, segundo Antenor Nogueira, será a derrubada das barreiras tarifárias que inviabilizam o acesso da carne brasileira aos chamados "tigres asiáticos", atualmente os maiores compradores de carne do mundo. "Ainda existem barreiras que proíbem que o Brasil tenha acesso a esses mercados", afirmou Nogueira. Neste ano, o Brasil deve exportar 1,6 milhão de toneladas de carne bovina, com um faturamento previsto acima de US$ 2 bilhões.

Consumidor estrangeiro

Antenor Nogueira informou também que, apesar de ser o maior exportador mundial de carne bovina, o Brasil ainda está fora de 60% do mercado consumidor internacional. "Exportamos para 104 países que representam apenas 40% do mercado mundial, o que significa que ainda não participamos de 60% do mercado", disse. Ou seja, o potencial para a carne brasileira ainda é grande. Ele garantiu que o Brasil tem os principias requisitos para conquistar novos mercados e triplicar sua participação no mercado - qualidade, pontualidade e reconhecimento internacional.

"Temos uma carne natural, praticamente orgânica. Uma carne feita em pastagens, sem antibiótico, sem hormônios e com maior segurança alimentar. E é isso que o consumidor mundial deseja", afirmou o diretor da CNA.

O clima brasileiro, com períodos de chuva e de seca bem definidos, é outra vantagem para o gado nacional e para o desenvolvimento da pecuária de maneira geral. "O clima contribui para que vários tipos de doenças, infecções e outras endemias não sejam considerados dentro do nosso território", disse Antenor Nogueira.