Título: Uma vela a Deus, outra ao diabo
Autor: Otto Filgueiras
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/09/2004, Dilemas do Crescimento, p. A-8

Para o economista Yoshiaki Nakano, metade da política econômica do governo Lula vai na direção do crescimento. Na outra metade, o Banco Central e os formuladores da política tentam minar a primeira opção. A preponderância do sistema financeiro com relação aos segmentos produtivos da economia brasileira se acentuou nas últimas duas décadas e é o principal fator que dificulta ao Brasil iniciar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável. Segundo o economista e professor Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo, "isso acontece porque no início da década de 1990 o Brasil adotou uma forma de integração na economia global que dá prioridade à `área da conta de capital¿ em detrimento da `área de comércio¿, como se diz na literatura econômica". O professor diz que todos os países que têm crescido ultimamente, ou em qualquer momento, só conseguiram um desenvolvimento sustentável porque se integraram muito mais facilmente à área de comércio.

E isso foi assim, diz Nakano, na recuperação da Europa e do Japão na reconstrução no pós- guerra (2 Guerra Mundial), no crescimento econômico dos países asiáticos e mais recentemente na China, Índia, Chile e México. Esses países só conseguiram crescer rapidamente e sem interrupção porque se integraram fortemente a área comercial, aumentaram suas exportações e com isso incorporaram seus trabalhadores na produção e expandiram seus mercados internos.

O professor afirma que desde 1990, quando o Brasil adotou a estratégia equivocada de se integrar na área da conta de capital, passou a dar toda a prioridade à remuneração de ativos financeiros e não à acumulação de capital, nem à remuneração de ativos produtivos. "Essa integração na área da conta de capital implica uma política de juros elevados, e, como o mercado de capital global tem sofrido enorme instabilidade e crises sucessivas, nós ficamos sujeitos a toda essa instabilidade", diz o economista.

Em nenhum outro período da história da economia mundial ocorreram tantas crises como nos últimos 20 anos, e todas elas afetaram a trajetória do crescimento brasileiro, porque, segundo Nakano, o mercado financeiro internacional respondeu retirando crédito do Brasil e provocou as diversas crises nacionais internas.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve essa estratégia de integração na economia global. Ainda assim, segundo Nakano, metade da política econômica caminhou numa direção, saiu da órbita da conta de capital e foi para a área do comércio. Foi isso que gerou a recuperação da economia, com expansão muito forte das exportações. Mas, outra metade da política econômica, com os juros altos do Banco Central, privilegia o movimento de capital e os ativos financeiros em detrimentos dos ativos produtivos e do crescimento, diz o economista.

Esse é o estigma da economia brasileira nas últimas décadas, que alterna períodos de modesto crescimento com outros de recessão, diz Nakano. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Gazeta Mercantil - Por que, há mais de 20 anos, a economia brasileira alterna períodos de retomada de crescimento e de recessão, e o Brasil não consegue um desenvolvimento sustentável?

Yoshiaki Nakano - Isso acontece porque no início da década de 1990 o Brasil adotou uma forma de integração na economia global que dá prioridade ao movimento de capital e não à integração comercial real. Em outras palavras, como se diz na literatura econômica, o País está na "área da conta de capital" e não na "área de comércio". Todos os países que têm crescido ultimamente, e em qualquer momento, só conseguiram um desenvolvimento sustentável porque se integraram muito mais facilmente à área de comércio.

Gazeta Mercantil - Em todos os momentos da História Econômica sempre foi assim?

Desde a recuperação da Europa e do Japão na reconstrução no pós-guerra (2 Guerra Mundial), assim como no caso dos asiáticos e mais recentemente da China e da Índia, além do Chile, na América Latina, e do México, esses países só conseguiram crescer porque fizeram negociações comerciais para se integrar fortemente na área comercial. E optaram por utilizar o mercado extremamente dinâmico norte-americano para gerar demanda externa e com isso incorporaram seus trabalhadores na produção, expandiram o mercado interno e se desenvolveram rapidamente. Mas, quando se adota a estratégia de integração na área da conta de capital, a prioridade é a remuneração de ativos financeiros e não a acumulação de capital, nem a remuneração de ativos produtivos.

Gazeta Mercantil - Por que essa integração financeira é prejudicial para países como o Brasil?

A integração na área da conta de capital implica uma política de juros elevados e, evidentemente, como o mercado de capital global tem sofrido enorme instabilidade e crises sucessivas, nós ficamos sujeitos a toda essa instabilidade. Em nenhum outro período da história da economia mundial ocorreram tantas crises como nos últimos 20 anos e todas elas afetaram a trajetória do crescimento brasileiro, porque o mercado financeiro internacional respondeu retirando crédito do Brasil e provocou crises nacionais internas. Além da instabilidade que vem de fora, provocada pela crise mexicana, em 1995, a crise da Ásia, em 1997, a crise da Rússia, em 1998, tivemos a crise brasileira em 1999, e em 2001 ocorreram diversos escândalos de empresas norte-americanas, o colapso das bolsas, e depois os efeitos dos atentados de 11 setembro nos Estados Unidos. E em 2002 sofremos as conseqüências da crise na Argentina e em seguida tivemos novamente uma crise no Brasil por conta das eleições presidenciais. Em nenhum desses momentos tivemos uma crise internamente na nossa economia, mas o mercado financeiro internacional respondeu retirando crédito e provocou as crises brasileiras.

Gazeta Mercantil - Que conseqüências negativas a integração financeira traz para o Brasil?

O primeiro problema na estratégia que adotamos, é que estamos importando a instabilidade, a volatilidade do mercado financeiro; e qualquer movimento lá fora, pequeno que seja, tem reflexo muito forte aqui dentro por meio da oscilação no câmbio, e ocorre a desvalorização cambial, vem a inflação e elevação da taxa de juros. A causa mais profunda e estrutural é que o patamar de juros que o Brasil está praticando nos últimos 14 anos é um nível recorde mundial; nenhum país praticou uma taxa de juros tão elevada, exatamente porque estamos privilegiando a integração financeira. Então, não há como o Brasil encontrar uma solução para essa situação sem sair da órbita da conta de capital e ir para a conta de comércio. Felizmente, as crises sucessivas geraram desvalorização cambial e uma relativa estabilidade do câmbio em torno de R$ 3, e isso levou o País a uma mudança de rota.

Gazeta Mercantil - A política econômica do governo Lula manteve essa estratégia de integração na conta de capital?

Metade do País ou metade da política econômica caminhou numa direção, saiu da órbita da conta de capital e foi para a área do comércio. É isso que gerou a recuperação da economia, com expansão muito forte das exportações. Mas, a outra metade da política econômica privilegia o movi-mento de capital, com juros elevados e uma tendência de valorizar a taxa de câmbio. Então, nós estamos nessa encruzilhada: o governo Lula não definiu claramente para onde quer ir, talvez porque não tenha clareza do momento em que estamos vivendo. A política de juros elevados que o Banco Central pratica, privilegiando os ativos financeiros em detrimento dos ativos produtivos e do crescimento, fez com que caíssemos numa armadilha, porque com taxas de juros muito altas, se investe pouco. O resultado é que, com a primeira recuperação da demanda, que normalmente ocorre com aumento das exportações, o Brasil já começa a ter problemas de bater no limite máximo da capacidade instalada na sua infra-estrutura e na estrutura produtiva. Nós já estamos correndo o risco de a capacidade produtiva se esgotar e isso acaba afetando as exportações. No passado isso se refletia também nas exportações, mas o efeito sobre as exportações agora será menor, porque o câmbio hoje está muito melhor do que no passado recente. Apesar disso, não acho que o limite da nossa capacidade instalada seja uma ameaça tão forte quanto a leitura que faz o mercado financeiro.

Gazeta Mercantil - Chegar no limite da capacidade instalada não afeta a retomada do crescimento?

Precisamos entender que o limite de produção e a pressão inflacionária surgem quando desemprego cai e aqui no Brasil nós temos ainda quase 20% da População Economicamente Ativa (PEA) fora do mercado e querendo trabalhar, e temos uma reserva de mão-de-obra muito grande ainda alojada em setores de baixíssima produtividade. Então, o limite a que nós estamos chegando é da capacidade física instalada, mas que tem muito mais flexibilidade do que o limite do mercado de trabalho. Por isso, não há necessariamente que se esperar uma pressão inflacionária, e se o governo sinalizar mais claramente para uma tendência de queda da taxa de juros, não permitir que o câmbio se valorize, estimular novos investimentos, estimular as exportações e o mercado interno, eu tenho a impressão de que podemos caminhar para um crescimento sustentável. Mas, a condição fundamental é uma sinalização clara do governo de que a taxa de juros vai cair e não subir.

Gazeta Mercantil - Então, há uma luta dentro do governo do presidente Lula e uma dualidade na sua política econômica?

Metade da política econômica caminhou numa direção correta, contra a vontade do Banco Central e contra a vontade dos formuladores da política e a outra metade continua atrelada a essa política. Uma parte caminhou na direção correta, não porque tenha tomado essa decisão e sim, porque o mercado internacional com sucessivas crises levou à desvalorização do real. E aconteceu um fenômeno muito importante no Brasil nos últimos três anos: hoje a opinião pública associa a exportação com emprego e com crescimento. Também desapareceu aquela cultura de que o real valorizado é sinal de saúde econômica do País. Cada vez mais o empresariado percebe que o real desvalorizado significa mais emprego, por meio de maiores exportações. E à medida que se exporta mais e se cria emprego, o mercado interno se expande, o que gera um ciclo virtuoso com investimento e crescimento do mercado doméstico.

Gazeta Mercantil - Só o aumento da exportação é suficiente para garantir o crescimento sustentável da economia brasileira?

Numa economia como a brasileira não é simplesmente a exportação que vai liderar o crescimento. A exportação é a alavanca inicial, mas o que vai gerar a expansão é o mercado interno, é a geração de emprego, a incorporação da massa da população no mercado de consumo, que por sua vez vai gerar novos investimentos e mais expansão da economia. Mas as exportações também precisam continuar crescendo.

Gazeta Mercantil - Qual será o desfecho dessa luta? Depende do Banco Central e de uma decisão do governo Lula?

Como metade da política econômica caminha na direção correta e a outra metade segura e tenta minar a primeira, claramente há uma contradição dentro da política econômica e, portanto, para saber o que vai prevalecer é preciso esperar. Mas a solução depende de decisão do governo e de o governo ter clareza sobre o que está acontecendo. Se optar pelo crescimento, a mudança é muito clara. Se optar por privilegiar a remuneração dos ativos financeiros, essa política vai continuar.

Gazeta Mercantil - A Taxa Selic tem condições de ser reduzida e não elevada?

Havia condições de redução no passado e há agora. A rigor, o que a política de juros tem feito nos últimos anos é deslocar no tempo a inflação. Quando o câmbio sobe, eleva a taxa de juros, porque a inflação sobe. O preço dos `tradeables¿ (produtos negociados no comércio exterior) e o Índice de Preços por Atacado (IPA) não são afetados pela taxa de juros porque se há uma desvalorização da moeda, o preço das commodities principalmente, que são cotadas em dólares, sobe e ponto final, e não é taxa de juros alta que vai segurar. Mas quando o câmbio dispara, elevam-se os juros. Então, o câmbio recua. Esse movimento acaba reprimindo os preços dos produtos voltados para o mercado interno (não-`tradeables¿) e a inflação cai. Só que no primeiro momento de recuperação, a tendência é recompor os preços para que as empresas possam operar com um mínimo de margem. Foi isso que aconteceu no ano de 2000 e estamos vendo hoje o vídeoteipe, o IPA subiu, mas é importante ficar claro que nem tudo vai para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) evidentemente.

Gazeta Mercantil - Não há risco de a inflação acelerar?

Essa incorporação não significa que a inflação vai se acelerar permanentemente, ela é temporária, o IPA já está sinalizando uma queda. Se toda essa recomposição de margem já ocorreu, não há razão para manter a taxa de juros elevada, principalmente porque se nós adotarmos a regra desse modelo de se integrar financeiramente na economia global, a taxa real de juros deveria ser igual à taxa americana, mais o risco Brasil e nós estamos muito acima disso. Então, sob qualquer perspectiva, há espaço para o Banco Central fazer a redução da taxa Selic.

Gazeta Mercantil - O governo Lula está se posicionando bem em relação à integração ou não do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca)?

Deveríamos ter feito um esforço maior desde o passado para caminhar para uma integração. Evidente que não depende só do Brasil, mas a integração não só no caso da Alca, e também no caso de todos os países que estiverem dispostos a isso, é fundamental para o crescimento da economia brasileira.

Gazeta Mercantil - Uma integração via Mercado Comum do Sul (Mercosul)?

Não, porque o Mercosul é muito limitado, representa apenas 1,5% do comércio mundial, e por mais que aumente o comércio com a Argentina não vai ser a solução final. Precisamos fazer a integração com os grandes mercados. Toda a história do período do pós-guerra mostra que a integração com a economia norte-americana é fundamental, porque a dinâmica da economia dos Estados Unidos é ditada rigorosamente pela busca do pleno emprego. Nenhum presidente norte-americano pode fazer política econômica que não busque o emprego, pois caso contrário não se reelege. Isso é uma obsessão americana, e daí, a forte expansão da economia dos Estados Unidos, que é diferente da européia que mantém desemprego num nível elevado. É por isso que os países que querem exportar mais se voltam para o mercado norte-americano. É lógico que não se pode desprezar o resto, tem de se exportar para todos os países.

Gazeta Mercantil - Se o governo Lula não resolver a dualidade da sua política econômica, há risco de repetir o fenômeno de 2000, quando a economia brasileira cresceu e nos anos seguintes refluiu?

Eu acho que sim. Mas, hoje, existe uma diferença muito grande em relação a 2000: o câmbio está mais desvalorizado e nós temos uma exportação de manufaturados muito mais significativa do que no passado. E estou torcendo para que esse aumento de exportação de manufaturados seja irreversível. E isso aconteceu porque o mercado interno vem se contraindo desde 1998 por causa da queda na renda da população. E aqueles setores que tinham apostado numa expansão da economia depois do Plano Real e fizeram grandes investimentos, que maturaram em 1997 e 1998, agora estão com enorme capacidade ociosa. Basta ver o caso da indústria automobilística, que está operando com mais de 40% de ociosidade. Isso se repete na indústria de eletroeletrônicos e na de eletrodomésticos. Com um câmbio um pouco melhor e dada a contração da demanda interna, esses setores fizeram investimentos de ajustes na sua estrutura produtiva e estão exportando hoje. E as empresas acabaram descobrindo o que venho afirmando há anos, de que a saída natural para a economia brasileira é pelas exportações, porque a carga tributária é menor e quem exporta tem acesso aos financiamentos com taxas de juros civilizadas e isso torna viável financiar os investimentos. Muitas indústrias descobriram isso e, portanto, mesmo com a recuperação da demanda interna pode-se continuar com a estratégia exportadora.

Gazeta Mercantil - Além da dualidade da política econômica, os empresários têm outros receios do governo do presidente Lula?

É que a dualidade mantém os juros no patamar em que estão e não há nenhuma economia no mundo capaz de crescer a taxas muito altas com juros elevados; isso gera problema de aumento da dívida interna, escassez de financiamento e assim por diante.

Gazeta Mercantil - A integração financeira, na qual o Brasil está inserido, não é inevitável?

A integração financeira é boa para os países que resolveram o problema do crescimento, que não têm mais desemprego, estão com a produtividade elevada; são economias que exportam e importam bastante, comercialmente abertas e, portanto, caminham naturalmente para uma abertura financeira de liberalização do movimento de capital. Os países desenvolvidos que chegaram a essa maturidade são comercialmente muito abertos, emitem dívida externa na sua moeda, são mais estáveis e é natural que permitam maior mobilidade de capital, porque não são afetados pela instabilidade do mercando financeiro internacional, pois não têm os problemas típicos dos países emergentes, como o Brasil. As economias americana e européia passaram praticamente incólumes pelas confusões que aconteceram na Ásia e no resto do mundo. E os países que implementaram uma estratégia de integração comercial têm muita clareza sobre esse processo e perceberam que se fizerem uma abertura financeira terão instabilidade. Esses países normalmente controlam o movimento de entrada e saída de capital, a exemplo do Chile, da China e da Índia, que também passaram incólumes pelas crises financeiras internacionais, porque dão prioridade à integração comercial, à geração de empregos e ao crescimento.

Gazeta Mercantil - Qual a receita utilizada por esses países para não sofrerem as conseqüências das instabilidades do mercado financeiro internacional?

Política de câmbio desvalorizado e juros baixos, política fiscal absolutamente austera para garantir estabilidade interna, e o controle do movimento de capitais. Dessa forma, a instabilidade do mercado financeiro não se transmite internamente para esses países, a exemplo da Índia, que tem um enorme déficit público, uma dívida de 80% em relação ao seu Produto Interno Bruto (PIB), mas sua economia não foi afetada pelas sucessivas crises que ocorrem no mundo desde 1995 e continua crescendo sem nenhuma interrupção. Esses países que se integram pela área do comércio priorizam o desenvolvimento e a redução do desemprego, mantêm o câmbio desvalorizado e estável; suas taxas de juros são as mais baixas possíveis, normalmente até mais baixas do que as praticadas no mercado financeiro internacional, porque só assim eliminam a instabilidade do fluxo de capital de curtíssimo prazo, capital de arbitragem e o capital especulativo, que não interessa. Interessa para esses países o investimento produtivo que vem para construir fábricas, não vai embora e não gera instabilidade. Então, nesses países se praticam juros baixos, a taxa de lucro sobre investimento produtivo é elevada para fomentar internamente o investimento nacional e o investimento estrangeiro.

Gazeta Mercantil - E por que o governo Lula não faz isso?

Eu é que pergunto. Entretanto, a minha interpretação é que é muito grande o poder que o mercado financeiro tem hoje para moldar as políticas macroeconômicas de países como o Brasil. O mercado financeiro não só ocupa o espaço em todos os meios de comunicação, como ainda contrata todos os bons economistas para falar em seu nome. E também tem o poder de ameaça muito forte, porque qualquer país endividado, por melhor que seja sua situação, é vulnerável a uma súbita contração no crédito, porque tem de pagar juros. O risco de se repetir o que aconteceu em 2002 assusta esse pessoal, criou um pavor e, na verdade, está-se a reboque dos humores do mercado financeiro. Então, o País acaba fazendo uma política econômica para remunerar os ativos financeiros, tenta reduzir os riscos para o chamado investidor, que na verdade não é investidor, é especulador.