Título: Mercado revê crescimento para 4,23% neste ano
Autor: Simone Cavalcanti
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/09/2004, Nacional, p. A-5

Os bons resultados da atividade econômica no segundo trimestre ¿ crescimento de 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ¿ aumentaram o otimismo dos agentes de mercado, que já estimam uma expansão de 4,23% para este ano. Na semana anterior, a expectativa era de 4%, de acordo com informações do Relatório de Mercado do Banco Central, divulgado na segunda-feira.

Os analistas também prevêem um recuo para a taxa de câmbio. Esperam que, em dezembro, o dólar esteja a R$ 3,05 e não mais a R$ 3,10, como previsto anteriormente. Com isso, a estimativa para a taxa média de câmbio recua levemente de R$ 3,02 para R$ 3,01. Esses dois fatores contribuem para que as estimativas em torno da relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB caia dos 56,7% anteriormente previstos para 56,5%. Esta é a segunda semana consecutiva em que a expectativa para essa relação recua.

Inflação se mantém em alta

As expectativas de inflação continuam em alta. Para os próximos 12 meses, os analistas de mercado projetam o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 6,28% (6,27% na projeção anterior) e o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 6,99% (6,67%). A estimativa para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) manteve-se estável, com um leve recuo de 6,98% para 6,97%. Já a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (IPC-Fipe/USP) também recuou, de 6,02%, para 5,72%.

Já para 2004, a alta apresenta-se para todos os índices. As projeções para o IPCA sai de 7,25% para 7,29%, o IGP-DI, de 11,40% para 11,62%, o IGP-M sobe de 11,52% para 12,11% e o IPC-Fipe, de 6,58% para 6,60%. O conjunto de preços administrados ou monitorados pelo governo também sofre alteração para mais, ficando em 8,45%, ante 8,40%. Em 2005, a elevação fica com o IPCA em 5,60% (5,52%). Estão mantidas as expectativas para o IGP-DI e o IGP-M (6,50%) e também para o IPC-Fipe (5,20%). Os preços administrados têm projeção de alta passando de 6,75% para 6,80%.

Ainda segundo as expectativas do mercado, o saldo em conta-corrente pode chegar a US$ 8 bilhões neste ano. A projeção anterior era de US$ 7,40 bilhões. Esse superávit é claramente puxado pelo crescimento consecutivo do saldo da balança comercial. Nesta semana, os analistas já prevêem US$ 31 bilhões, aproximadamente US$ 400 milhões a mais do que a projeção anterior. Há nove semanas consecutivas, a perspectiva para a entrada de investimentos estrangeiros diretos se mantém em US$ 10 bilhões, o que também contribui para o financiamento do país.

Para 2005, há expectativa de alta para o ingresso dos investimentos que passam de US$ 12,45 bilhões para US$ 13 bilhões.