Título: Brasil e África do Sul estudam cooperação no setor de defesa
Autor: Claudia Mancini
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/09/2004, Internacional, p. A-12

Os governos do Brasil e da África do Sul estão estudando uma cooperação no desenvolvimento de tecnologia e de produtos, e em marketing na área de defesa. A conversa envolve as estatais Indústria Brasileira de Material Bélico (Imbel) e o grupo Denel, que quer aumentar suas vendas para a América Latina.

O Denel, que atua em diversos segmentos, já exporta para o Brasil e o fornecimento inclui componentes para armas pequenas. Mas quer fechar acordos de longo prazo com países latino-americanos para manter seu fluxo de vendas, noticiou o jornal Sunday Times em sua edição de domingo.

O grupo empresarial avalia que o Brasil pode levar à sua entrada automática em mercados da região, devido ao peso da economia brasileira. Em entrevista à Gazeta Mercantil, o embaixador brasileiro na África do Sul, Lúcio Amorim, disse que já houve missões técnicas ao País.

Os sul-africanos sabem das restrições financeiras das Forças Armadas para se reequipar. O embargo das Nações Unidas à África do Sul, a partir de 1973, devido ao regime de apartheid, restringiu sua capacidade de importação e levou ao desenvolvimento de sua indústria bélica.

Desenvolvimento de tecnologia

Com isso, comprou e desenvolveu tecnologia, e Israel foi um importante fornecedor. Uma atuação mais forte na América Latina é uma das estratégias do Denel para equilibrar suas contas e continuar crescendo.

No ano passado, a empresa teve perdas líquidas de cerca de US$ 63 milhões. Por isso, venderá algumas de suas empresas e planeja aumentar suas parcerias no internacionais. O grupo tentou, mas não conseguiu ter uma atuação efetiva nos Estados Unidos e na Europa, devido à forte proteção das indústrias bélicas desses países, diz o Sunday Times.