Título: Mercado de dívida prossegue aquecido
Autor: Adriana Cotias
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/09/2004, Finanças & Mercados, p. B-1

A reativação do mercado de capitais brasileiro passa não só pelas novas empresas que pretendem ter ações listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). As emissões de dívida corporativa também têm tido espaço cativo na carteira dos investidores institucionais e até mesmo de pessoas físicas. Só em setembro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou cinco novas ofertas de debêntures, num total de R$ 1,38 bilhão, além de um registro de prateleira, de R$ 127,94 milhões para a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).

Na contabilidade do ano, as colocações, 23 até agora, somam R$ 5,28 bilhões, coincidentemente o mesmo volume captado em todo ano passado. E na autarquia há pedidos para aprovação de mais R$ 2,07 bilhões. Além das operações que chegaram à apreciação da CVM, outras já estão na fila. O conselho de administração da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) aprovou, por exemplo, um lançamento de R$ 625 milhões que pode ser elevado a R$ 750 milhões na data da emissão. Os papéis terão prazo de 60 meses e a remuneração, a ser definida em leilão, tem como taxas indicativas o intervalo de 103% e 108% do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI).

Outra empresa que promete movimentar o mercado é a Telesp, controlada pela Telefônica, que aprovou um programa de emissão de debêntures de R$ 3 bilhões, válido por dois anos. A primeira tranche, de R$ 1,5 bilhão, terá prazo de vencimento em seis anos.

Dos lançamentos até aqui efetuados, chama a atenção a oferta da Suzano Bahia Sul Papel e Celulose, que captou R$ 500 millhões no fim de agosto e endereçou uma parte dos papéis para o varejo, missão que chegou a ser abortada pela Petrobras no passado. Dos R$ 333 milhões distribuídos publicamente, R$ 2,3 milhões foram assimilados pessoas físicas.